janeiro 30, 2009

visita a escola

Hoje os tri foram conhecer a professora nova, a assistente e sala de aula em que ficarão nesse ano. A assistente vai ser a Talita, que já foi assistente deles no Infantil 2, no ano retrasado. Eles ficaram animados. Conversaram um pouco com a nova professora, Adriana e brincaram na sala. Também encontraram a Laurita, a primeira professora do trio e a Rosana, a segunda. Todos falam aquelas frase tradicionais, como cresceram, como estão lindos e eles se encolhem. Isso tudo foi coisa de meia hora.

Segunda-feira começa o semestre. Eles estão loucos pra começar as aulas. Acho que eu também estou ansioso pra que as aulas comecem...

janeiro 29, 2009

final de férias, filme e chuva

As férias estão chegando ao fim. Dia 2 de fevereiro voltam as aulas. Pena que esses últimos dias de férias tenham sido tão chatos com essa chuvinha nada típica de verão. Uma chuvinha que cai e fica, traz um ventinho frio, gelado. Hoje, as 10 horas da manhã estávamos com 16 graus.

O começo das aulas traz uma serie de gastos. Material, uniforme, tênis. Os meninos estão sem tênis faz um bom tempo. Durante quase todo o tempo de férias usaram chinelo e crocs. No Brasil, os gastos com escola são muito altos. Mensalidades, matrículas, materiais, uniformes e uma infinidade de coisas. Imagina isso multiplicado por 3! Isso tudo por que já se paga impostos pra que tivéssemos serviços essências de qualidade. Segundo contas que muita gente faz, trabalhamos 4 meses e meio apenas para pagar impostos. Isso nos levou ao projeto de morar fora do Brasil, em algum país em que se paga impostos mas se obtém em troca os serviços de saúde, educação e lazer sustentados pelo governo.

Mas entre a chuva e os gastos do início das aulas, tivemos a inusitada presença de uma equipe de filmagem em nosso prédio. O produtor nos visitou na semana passada explicando que o filme que estavam rodando precisava de um prédio como o nosso pra fazer uma cena de um piano descendo pelo lado de fora. Como adoro cinema e fiz meu mestrado sobre o assunto, achei ótimo poder colaborar.

‘Salve Geral’ é o nome do filme do Sergio Rezende, a quem conheci hoje pela manhã. A atriz principal é Andréa Beltrão, que estava aqui no prédio. Na cena filmada, ela fica na janela olhando o piano, encapado por uma manta vermelha, descendo pelo lado de fora. Foram 4 horas de produção, a chuva atrapalhando, vários takes para apenas 1 cena. Vamos ver como o prédio vai ficar no cinema!

[O piano descendo por fora de nosso predio sob o olhar tristonho de Andrea Beltrao eo o diretor Sergio Rezende e parte de sua equipe]

janeiro 28, 2009

chuva

Chove faz 3 dias por aqui. Chove fino, chove pesado. Chuva para, chuva vem. Céu cinza o dia inteiro. Chove, chove, chove. E temperaturas amenas pra janeiro. Que eu me lembre, é o verão menos quente dos últimos 10 anos.

E o que fazer com 3 crianças de férias com chuva? O que fazer com 3 crianças dentro de casa o dia todo? Campinas não tem um museu, uma biblioteca pública, nada que seja cultural e público voltado para crianças e que possa servir de alternativa em dias de chuva. Sabe o que tem? Shopping! E shopping, cá pra nós, não dá, né! Ainda mais com crianças, é loucura! Essa é uma das razões que nos fez planejar mudar do Brasil. Mas isso é outro assunto.

Ontem rolou uma sessão biscoito por umas 2 horas, dirigida pela Sandra, a babá. Distraiu a molecada!

janeiro 27, 2009

as bóias se foram de vez!

Os trigêmeos já nadam sem bóias! Isso é um grande avanço! Uma grande conquista! Acho que essa é uma das coisas que mais nos preocupa, ou nos preocupava: a água! Crianças que sabem se virar na água deixam os pais mais tranqüilos. Sabemos que se eles caírem numa piscina vão se virar e chegar até a borda mais próxima e se agarrar e, eventualmente, sair da água sozinhos.

O fato de saberem nadar sem bóias Não significa que não necessitam mais de supervisão quando estão na água, de jeito nenhum. Agora precisam de outro tipo de supervisão, por que ficam confiantes, correm pra pular, tentam atravessar distâncias ainda não experimentadas, se agarram uns aos outros e coisas do tipo. Então, ainda precisamos ficar de olho, mas da pra relaxar um pouco mais.

O período de férias sempre representa marcos no crescimento dos trigêmeos. Acho que deve ser assim com todas as crianças. A cada época de férias eles superam alguns obstáculos, avançam, conquistam, realizam, enfim crescem. Nessas férias a barreira superada foi a água. Desde a represa, passando pela praia e agora piscinas.

Sábado passado os três foram pro clube com a Bia e literalmente se jogaram na água, sem medo de serem felizes! E, segundo a Bia, deram um show de autoconfiança. Eu perdi tudo porque estava fazendo um curso de atualização o dia todo, aliás, bem cansativo. No domingo pude participar comprovar tudo na casa do vovô. Eles atravessam os 5 metros de largura da piscina numa boa. Muito legal vê-los assim, felizes com suas próprias conquistas. Só faltou a maquina fotográfica!

Pena que as férias já vão se acabando. Dia 2 do mês que vem começa a maratona das aulas. Com certeza vai ser um semestre muito importante pros tri por que vão iniciar uma espécie de pré-alfabetização já que o ensino fundamental ganhou mais um ano e vai do infantil 1 ao 4 e depois do primeiro ao quarto ano. Mas isso é outro papo.

janeiro 26, 2009

Trocando de roupa

Na hora de trocar de roupa, fica patente a diferença entre meninos e meninas, que deve ser genética, não é possível que não seja! É sempre a mesma coisa, seja na hora de sair, seja pra trocar o pijama pra ficar em casa, não importa. A diferença aparece. Explico.

Hora de trocar a roupa, seguem as instruções básicas para os três: ‘Vamos lá, gente, trocar de roupa!’ Os meninos, apesar de saberem vestir a roupa sozinhos, são mais preguiçosos e esperam que a gente ajude. Então trocamos os dois e eles, tenho certeza, nem sabem o que estão vestindo, não estão nem aí pra que roupa estão usando. A Laura, como é mais hábil e independente, já avisa logo: ‘Eu me troco sozinha!’

Tudo bem, perfeito, até aí, tudo bem. Ela troca de roupa sozinha há um bom tempo. Sem problemas. A questão é: escolher o que vestir! Pois é! É quase um drama. Então lá vai a Laura se vestir, trocar de roupa. Passam-se 5 minutos, 10 minutos. Volta ela: ‘Não consigo escolher uma roupa..’ E eu: ‘Escolha uma que você gosta, confortável, Laura.’ Lá vai ela pro quarto. Passam-se 5 minutos, ela volta brava: ‘Não consigo!’ Você pode me ajudar?’ O coração aperta, pinta uma certa angústia já prevendo que a situação pode tomar rumos perigosos. ‘Claro que te ajudo, vamos lá!’

Dou umas dicas, sugiro combinações, pecas de roupa, alternativas. Nada adianta. Ela vai ficando angustiada e aí a coisa pega. Nada fica bom, uma roupa incomoda, outra é curta demais, outra longa, uma outra não tem a cor certa. Então escolho uma roupa e digo: ‘Então use essa, é linda, fica ótima em você!’ E Laura, já totalmente alterada: ‘Não, pai, essa não!’ Pronto! Peço desculpas por que não consigo ajudá-la, digo pra ela ter calma e tentar escolher qualquer roupa que ela goste mais.

Nem sempre adianta e a situação fica dramática. Pode se estender por um bom tempo, com idas e vindas, mostrando roupas, choros, provas de muitas pecas e nenhuma decisão. Uma loucura. Isso não acontece só comigo, não! Acontece com a Bia também. Mas acho que ela lida melhor com a situação. Naturalmente! Uma mulher entende a natureza da outra.

E olha que Laura não gosta de frescuras, adereços, vestidos, detalhes, frufrus. Ela se veste de maneira simples, bermudas, camisetas, bem moleca! Mas já ouvi várias frases altamente assustadoras: ‘Não tenho nada pra vestir, pai!’, ou: ‘Não tenho roupa, pai!’ e pior ainda: ‘Preciso comprar mais roupas, pai!’ E as gavetas e o armários repletos de roupas de todos os tipos!!! Não é impressionante? Mulheres nascem assim! A única explicação que encontro é que deve ser genético!

janeiro 22, 2009

praia

Os dias na praia foram muito bons. Poucos, mas bons! Tempo perfeito, sol na medida, manhãs frescas, noites idem. Um pouco de chuva a noite, um pouco de chuva no fim da tarde.

As crianças se divertiram a beça. Iam cedo pra praia, nadavam, corriam, pulavam. Se aventuraram um pouco mais no fundo, coisa de ondas a 60 centímetros, por aí. E dá-lhe sorvete, água de côco, milho. E ainda chegavam em casa, por volta da 1 e meia da tarde e batiam um belo prato de comida, com arroz e feijão e tudo o mais. E a tarde, mais praia.

A única coisa um pouco chata foi que estava muito, muito cheio, mas cheio mesmo. Fica ruim pra bater uma bola, um frescobol, um frisbee. Por falar em frisbee, Laura e Mario aprenderam a jogar. Gostei porque é um dos passatempos de que mais gosto quando estou na praia. Pra tirar foto, então, nem se fala. Não tinha espaço pra nada.

Agora é esperar a próxima chance descer a serra que deve ser por volta de março. Vamos ver.

janeiro 21, 2009

números

Um dos passatempos preferidos deles agora, quando saímos de carro, é ler os números dos ônibus. São uns números enormes que identificam o veiculo e um outro que identifica a linha. E nossos passeios ficam matematicamente sonoros: olha aquele, um oito sete oito. Olha esse, quatro nove dois seis. As vezes sai um nove por um seis ou um seis por nove. Às vezes o Mario solta onze dois sete ou onze trinta e três. O menino é mais ligado em números. Interessante, né!?

janeiro 20, 2009

eles dormem fora

Logo no início das férias, os primos Guga e Camila dormiram aqui em casa. Não na mesma noite, mas em noites diferentes. Primeiro o Guga passou duas noites aqui. Depois Camila dormiu uma noite. Os dois, filhos da Bê.

No dia seguinte, a Laura vinha cochichar no meu ouvido que queria dormir na casa da vovó. Nessa noite, a vovó Guguta estava aqui em casa na hora de ir pra cama. Os meninos, chumbados, foram dormir e a Laura conseguiu o que queria: dormir na casa da vovó. Ela foi e ficou 4 noites fora. Duas na casa da vovó e duas na casa da madrinha, minha irmã Bê. Pode!? Com 4 anos, dormindo fora de casa assim?!?

Sabe o resultado disso? No dia seguinte em que a Laura passou a noite fora, Mario já acordou perguntando ‘cadê a Laura, hein?!?!’ Diogo já começou a dizer que não queria dormir na casa dele. Que jeito. Foram pra casa da Tia Marina com os primos Gabriel pequeno e Isabela. E na noite seguinte pra casa da vovó Guguta.

Na verdade, os três estão muito tranqüilos e não dão trabalho. Cumprem as funções básicas sem dar preocupação, ou seja, comem e dormem muito bem. A única coisa que falta é a higiene no banheiro e acho que aí ainda vão uns 3 anos. Mas de resto, são obedientes, não incomodam ninguém, são divertidos, se dão bem com os primos.

Há um ano atrás, Bia e eu torcíamos pra ter uma noite sem os tri em casa, uma noite sossegada, de silêncio. Olha agora. Quatro noites de tranqüilidade total! Sem nem pedir! Incrível!

Seria impressão minha ou eles querem férias dos pais?

janeiro 19, 2009

algumas fotos de Piracaia

algumas de Piracaia

sem vacilo

Com esses três não dá pra vacilar não! Qualquer deslize na resposta vem a bronca. Por que isso? Por que aquilo? Por que aquilo outro? E assim vai, uma pergunta atrás da outra. O mínimo vacilo, escapa um ‘porque sim!’. Pra que?! Eles só faltam fazer coro: ‘Porque sim não é resposta!’

Dia desses tive a chance da revanche. Perguntei qualquer coisa pra um deles, não lembro o que e a resposta foi ‘porque não’. Pra que?! Devolvi de bate pronto: ‘por que não, não é resposta!’

janeiro 16, 2009

9 anos ! ! !

Pois é, o tempo passa rápido! Ontem, dia 15, completamos 9 anos de casados. Estamos passando uns dias em Ubatuba, com as crianças e minha mãe. À tarde teve bolinho com vela pros tri assoprarem e cantarem parabéns. À noite, saímos pra jantar só nós dois. Pra variar, fizemos nossa extravagância comemorativa: frutos do mar grelhados, vinho pra acompanhar. Memorável!

Estamos felizes! Foram nove anos bastante intensos. Muita coisa aconteceu. Amadurecemos, envelhecemos e continuamos fazendo projetos juntos. O mais importante mesmo é que adoramos nossos tri filhotes, esse presente que a vida nos deu. Eles nos fazem muito mais felizes, nossa vida é muito divertida, animada, atribulada. Só quem convive conosco, dia a dia, pra saber o quanto intensa é nossa curtição.

Minha mãe diz que só deveria dar parabéns pra mim. Afinal, fui eu que ganhei na loteria quando encontrei com a Bia. Não posso discordar. Mas a bia pode não ter tirado o primeiro prêmio, mas também se deu bem!

Tentamos lembrar das comemorações de outros anos e poucas foram memoráveis. A de 5 anos foi inesquecível. Ano que vem, na comemoração dos 10 anos, já decidimos. Celebraremos em Banff!

[quem quiser pode ler como essa historia de 9 anos comecou aqui e nos posts subsequentes. Sao 6!]

Presente de ano novo [ 3 ] – Atletinha

Durante os dias na represa, Laura surpreendeu a todos, a ponto dos tios comentarem. Aprendeu a nadar sem bóia, esquiou, jogou futebol, fez de tudo. Demonstrou uma habilidade física invejável. A prima mais velha apareceu com um par de patins, Laura calçou e saiu andando. Quando chegou da temporada na represa, pegou o skate que ganhou de Natal e ficou em pé na prancha. E com estilo! Ela gosta de esportes, de atividades físicas e tem facilidade pra aprender e dominar movimentos. É muito bom ver a filhota tão desenvolta fisicamente. Promete!

Presente de ano novo [ 2 ] – Senti sua falta

[Diogo na piscina com Mario. Quase inseparaveis!]
Numa das horas de jantar [ou foi almoço?] no final de ano na represa, eu estava lá ajudando a Bia a dar comida pra criançada. Não é das atividades que mais gosto, mas tem que ajudar, né?! Mas eles já estão comendo quase sozinhos. Sou eu que dou o jantar em alguns dias da semana e tenho meu jeito de fazer isso, sempre forçando pra que eles se virem sozinhos. Faço um prato pra cada um, os três sentam à mesa e eu só fico monitorando e incentivando: ‘agora mais uma colherada, um pouco de purê, um pedaço de bife, vai fulano, vai beltrano!’

Bia já tem um jeito diferente, que ela gosta, mas não me parece muito eficiente e nem contribui muito pra educação dos tri. Bia gosta de fazer um prato só pros três e fica andando atrás deles pra dar comida. Discutimos isso várias vezes, inclusive em Piracaia, na frente de toda a família, dela! Eles não gostam de fazer muito isso, são mais cerimoniosos uns com os outros. Eu não vi muito problema em discutir isso, afinal, não era nada muito íntimo, pelo contrário, questões de educação devem interessar a todos que tem filhos pequenos. E depois outra, eu sempre falei abertamente que achava o método da Bia pouco positivo.

Mas acho que ela se sentia meio a galinha cuidando dos pintinhos embaixo das suas asas, coisa assim. So mães entendem esse sentimento, pais não conseguem chegar nem perto de saber o que é isso. O fato é que, parece, Bia dessa vez entendeu que é melhor fazer um prato pra cada um e deixá-los aprender a comerem sozinhos.

Nesse dia eu estava ali ajudando e sentei do lado do Diogo. Fui dando umas garfadas pro moleque e ele foi comendo. A certa altura ele vira pra mim e começa a falar: ‘sabe aquela vez que você foi viajar e você demorou muito, eu senti tanto a sua falta que eu quase até chorei!’ Dá pra agüentar?! Dei-lhe um abraço daqueles na hora.

Fizemos uma viagem pro Canadá e acho que ele lembrou da saudade que sentiu ali, naquele momento, porque os cunhados [na verdade são os padrinhos do Diogo] os levaram pra represa, junto com os avós, enquanto estávamos fora. Os pais viajando, os três dormindo na casa dos avós, vão com os tios pra um lugar estranho e nada dos pais. Deve ser barra pesada.

janeiro 14, 2009

Presente de ano novo [ 1 ] – Beijo na represa

Um dos passeios de barco que fizemos na represa de Piracaia, no final do ano, foi até uma cachoeira. Uma delicia! Eu adoro cachoeira, desde moleque, quando passávamos as férias na fazenda de meu tio-avô Vitor, irmão de meu avo paterno, Mario. Eles eram muito parecidos. A primeira vez que fui a fazenda, com doze anos, fui de Kombi com o vovô Vitor, sentado ao lado dele no banco da frente. Eram 60 km de Brasília, uns 30 de estrada de terra, uma viagem e tanto. Foi só começar a viagem pra eu sentir que estava ao lado do meu avô Mario. Vovô Victor passou o braço por trás dos meus ombros, pegou na minha orelha e ficou fazendo ‘festinha’ no lóbulo, aquela parte gordinha onde se fura pra por brinco. Exatamente igual ao meu avô Mario fazia. De arrepiar!

Vovô Vitor tinha duas fazendas vizinhas, enormes. Uma chamava-se Santa Isabel e a outra...a outra...Taquari? Taquara? Será? Não sei mais...lembro que pra ir de uma a outra, a cavalo, eram bem umas duas horas de caminho e passávamos por um campo de mostardas e chegando lá tinha uns pés de carambola sensacionais.

A Santa Isabel tinha duas cachoeiras. Eram maravilhosas e pra meninos entre seus 12 e 15 anos era aventura pura. Não posso deixar de dizer que vovô Vitor teve 13 filhos e uns 50 netos! Imagina a fazenda como ficava! E tinha cavalo pra todo mundo! Saímos em bando por horas a fio, soltos pelo cerrado! Era sensacional! Passávamos um mês de férias na fazenda e acho que íamos diariamente à cachoeira. A segunda cachoeira, um pouco mais longe, descobrimos numa das férias. A queda d’água era maior, o poço era maior, acho que era mais bonita. Talvez tenha sido a ultima vez que passei férias na fazenda.

Depois, por anos, passava minhas férias meio hippies em Visconde de Mauá, Maringá e Maromba, na divisa entre Rio, São Paulo e Minas, na serra da Mantiqueira. E dá-lhe cachoeira! E em Ubatuba, sempre que da, procuro uma cachoeira, principalmente a da Casa da Farinha na praia da Fazenda.

[todos prontos antes da saida de barco para a cachoeira. O fortinho de sunga preta e o primo Gabriel pequeno. Mario esta a seu lado.]

Essa cachoeira da represa me surpreendeu. O cunhado disse pra ir sem muita expectativa e fui sem nenhuma. A queda d’água é bem alta e a água cai na represa, só dá pra chegar a nado mesmo. Bem bonito o lugar. Acho que ficamos uns 30 ou 40 minutos ali e eu não sai da água. Chamei os filhotes pra ir pra baixo da cachoeira comigo, mas só o Mario foi. Adorou e voltou mais duas vezes.

Num certo momento ele veio nadando até mim, uma expressão de satisfação, um sorriso franco nos lábios, me abraçou, me deu um beijo no rosto, olhou com os olhos brilhantes dentro dos meus olhos. Eu o abracei de novo e s’o pude dizer obrigado. Mal sabe ele que foi um dos maiores presentes de ano novo que recebi.

janeiro 13, 2009

Fim de semana no hotel

Passamos o fim de semana no hotel. Bia tem um plantão por mês e de vez em quando a família toda acompanha. Esse fim de semana o hotel estava ‘bombando’ e acabamos todos trabalhando. Bia ‘ralou’ no café da manhã, dei uma força tirando o lixo e fazendo outros servicinhos e as crianças fizeram o entretenimento. É! Foram uma atração pros hóspedes, especialmente na piscina. Um barato! Estão nadando sem bóia e bastante confiantes. Mas é preciso ficar de olho, não da pra relaxar totalmente, ainda não.

Fora isso, que já é bastante excitante pra eles, o fim de semana foi destruidor. Festa do Luca, o primo mais velho do lado da Bia, fez 12 anos, até a meia-noite. O Diogo apagou as nove e meia. No dia seguinte, piscina e cinema [Bolt] e mais uma festa de um colega da escola, o Victor, até as onze da noite. No dia seguinte mais piscina e cinema [Madagascar 2].

Na segundona, ressaca total. Todo mundo no sofá assistindo filmes no dvd!

janeiro 12, 2009

Anel perdido

A cabeça da gente é mesmo engraçada. A minha é muito seletiva. Lembra do que quer, ou do que acha melhor, no sentido literal, de mais agradável, maior qualidade, de bom. Esqueci completamente que Laura havia perdido o anel que ganhou do Rodrigo. Foi Bia quem me lembrou. E foi um episódio muito marcante.

Acho que no dia seguinte de que ganhou o anel, Laura e os meninos tiveram uma atividade esportiva no clube, a última atividade do ano. Lembro que sugeri a ela que seria melhor que eu guardasse o anel pra que ela não o perdesse. Mas ela insistiu e foi de anel no dedo.

Era fim de tarde, por volta de cinco e meia, quando fui buscá-los no clube. E Laura veio soluçando, chorando, tão triste que partiu o coração. Percebi que a coisa era seria, porque a Laura é bem escandalosa, dramática, do tipo atriz de novela. E olha que não assistimos novela aqui em casa!

No meio daquela folia de crianças se despedindo no meio de um gramado, pais procurando seus filhos, ajoelhei para conversar com ela e Laura, aos soluços, me disse: ‘Pai, perdi meu anel’. Meu coração parou, minha respiração disparou, meus olhos ficaram mareados mas mantive a calma, alguém tinha que se manter calmo frente a gravidade da situação. Abracei-a e disse, sem ter a mínima convicção do que estava falando mas era a única coisa que poderia dizer para confortá-la: ‘Calma, nós vamos achar o anel!’

Olhei aquele gramado cheio de gente e me senti desolado. Pensei comigo, tenho que achar esse anel. Ainda ajoelhado, convoquei os meninos: ‘Diogo e Mario, a Laura perdeu o anel dela, vamos ter que achar o anel! Vocês ajudam a procurar?’ Nem bem acabei de falar e os dois saíram à frente procurando. Eles conheciam bem o anel e sentiram que a coisa era grave.

Dei a mão pra Laura E saímos pra procurar. Eu comecei a suar frio. O que dizer pra menina se não achasse o anel??? Mas em dois minutos, um dos meninos, acho que o Mario, gritou a palavra redentora, salvadora, apaziguadora, restauradora: ‘ACHEI!’ e não é que achou mesmo! Devolvemos o anel pra Laura que a essa altura ainda soluçava mas se acalmou. Disse a ela: ‘Laura, tome cuidado com seu anel, minha filha’. E ela: ‘Pai, você pode guardar o anel pra mim?’ Desde então, ele está aqui pendurado numa tachinha no painel do escritório.

janeiro 09, 2009

Anel

Na última semana de aulas, eles trouxeram pra casa a pasta com os trabalhos feitos no último bimestre. É muito legal ver como eles vão evoluindo na expressividade e no raciocínio lógico.

Uma das atividades era formar pares ou equipes com as reproduções das fotos 3X4 dos colegas. O tema eram esportes, então eram duplas para jogo de tênis, times de basquete, futebol. Isso tudo estimulou o raciocínio matemático. Tinham que contar quantos jogadores e tal. Fiquei impressionado com a Laura. Em todos os trabalhos ela colou a foto dela ao lado da foto do Rodrigo. É, o Rodrigo! Uma graça de menino. Seu único defeito é ser corintiano!

Bom, dois dias depois, chega a Laura, com os olhos brilhantes, faiscando, pra me mostrar uma coisa.
‘Pai, olha o que o Rodrigo me deu’, com as mãos fechadas em concha.
‘O que foi, Laura.’
Ela abre as mãos e exclama, enlevada: ‘um anel, pai!’
‘Nossa!’, digo eu, ‘que lindo!’ Olhando pro anelzinho de plástico completamente arrepiado!
‘Ele gosta de mim pai...’

[coloquei o anel nessa caixinha pra tirar a foto. Que tal a pedra cor de laranja? Pop, ne?]

Pronto, pra que, quase chorei! Não tinha o que dizer pra menina. Minha filhinha, de 4 anos, já pensando nessas coisas? Sei que ela estava levando aquilo muito a sério e me deu o anel, dizendo: 'Guarda pra mim pai, por favor'. Guardei. Está pendurado numa tachinha no mural do escritório. Olho pra ele todos os dias. Apesar de conhecer os pais do Rodrigo, um casal muito legal da escola, e tê-los encontrado no recital de Natal do fim do ano, não comentei o assunto. Pode até ser fantasia da Laura. Talvez o Rodrigo nem tenha dado esse anel pra ela. Não importa. O importante é perceber que a Laura, nossa moleca, é no fundo uma princesa!

janeiro 08, 2009

Virada do ano

Passamos a virada pra 2009 numa casa na represa do rio Jaguari, em Piracaia. Um belíssimo lugar. A represa é limpíssima, a paisagem espetacular. Os dias foram ótimos, ensolarados. Pegamos dias de chuva, mas não atrapalharam em nada.

Os trigêmeos simplesmente adoraram. Os tri adoram os primos Gabriel pequeno e Isabela e pintaram e bordaram com eles. Andaram de barco, de caiaque, nadaram na represa, na cachoeira, na piscina de um clube com tobogã, na piscina da casa e sem bóia, correram, jogaram bola, pularam, fizeram misérias! Como a represa é meio fazenda, meio mato, ficaram soltos por lá, andando por tudo. Foi muito tranqüilo. Bia e eu conseguimos relaxar, bater bons papos com os cunhados [a irmã da Bia e o marido], nadar muito, caiacar [esse verbo não existe, claro, mas designa bem remar no caiaque] e eu até esquiei.

Começamos bem o ano. Espero que daqui pra frente só melhore!

janeiro 07, 2009

Que dia é hoje?

Tenho a impressão de que essa pergunta é um clássico entre as crianças. Não a pergunta ‘que dia é hoje?’, mas ‘hoje é amanhã?’ Essa deve ser uma percepção das mais difíceis para uma criança, a medida do tempo, suas divisões e frações. Afinal, a medida do tempo é uma das abstrações mais fantásticas realizadas pelo ser humano. Acho que só perde, como abstração, para a invenção do dinheiro!

Vira e mexe os tri perguntam ‘podemos fazer isso hoje?’ Eventualmente respondemos: ‘Não, hoje não, amanhã!’ E no dia seguinte eles fazem a pergunta clássica: ‘Hoje é amanhã?’

Outro dia eles vieram com uma nova.
‘Pai, que dia é hoje?’
‘Hoje é terça-feira.’
‘E depois de terça?’
‘Quarta-feira’
‘E depois de quarta?’
‘Quinta-feira’
‘E depois de quinta?’
‘Sexta-feira’.
‘E depois de sexta?’
‘Sábado’.
‘E depois de sábado?’
‘Domingo’.
‘E depois de domingo?’
‘Segunda-feira’.
‘E depois de segunda?’
‘Terça-feira de novo e aí quarta, quinta, sexta e assim por diante.’
Achei que estava tudo esclarecido, quando veio a pergunta difícil de responder:
‘E não tem amanhã, não?’