março 31, 2009

álbuns de fotos

Fotos digitais mudaram a relação das pessoas com fotografias. Entre as várias mudanças, acho que duas são significativas. Primeiro a maneira como as pessoas compartilham suas fotos, que passou do meio físico, o papel, para o meio digital, emails e serviços de armazenamento, como Flickr, Picasa, e outros. E a segunda tem a ver com o número de fotos que se tira, uma vez que o meio digital permite ver a imagem antes de impressioná-la em suporte físico ou compartilhá-la em meio digital. É possível fazer inúmeras fotos do mesmo objeto sem preocupação em ‘gastar’ filme e, consequentemente, dinheiro.

Contudo, ainda há pessoas que preferem ver fotos em papel. E como eu queria mostrar alguns momentos especiais dos trigêmeos pras pessoas, imprimia algumas fotos. As primeira que fiz sumiram, praticamente todas. As pessoas, encantadas com as imagens da ninhada reunida, levavam as fotos pra casa. Então resolvi organizar uns álbuns e os encadernava com espiral. A idéia é bem legal e funciona muito bem. Fiz pelo menos um cada semestre, até 2007. As criaqncas adoram vê-los. Preciso fazer os anos seguintes....

março 30, 2009

5 anos ! ! !

[Diogo, Laura e Mario]
Queridos filhos, parabéns! Hoje, 30 de março de 2009, vocês fazem 5 anos! Uma mão cheia! Definitivamente, vocês deixaram para trás qualquer traço dos bebês que já foram. 5 anos! Um marco.

Quando olho pra trás e penso em tudo o que passou, acho quase inacreditável que vocês já tenham 5 anos. Quase impossível acreditar que tanta coisa tenha acontecido. Esses 5 anos resumem uma experiência fantástica. Desde a gravidez da Bia e todos os cuidados que a envolveu. Como fiquei preocupado e tenso com aquela barriga que crescia, crescia e só fazia crescer. O nascimento de vocês, aqueles três pequenos seres tão frágeis e indefesos por quem me apaixonei instantaneamente. Os primeiros meses, de trabalho, muito trabalho, meses tão cansativos e com tantas adaptações a serem feitas em nossas vidas.

Cada etapa do desenvolvimento que cumpriram foi comemorada, curtida e fotografada. Quando mamaram sozinhos, quando rolaram de um lado pro outro quando começaram a comer papinhas. Ah! Quantas noites Bia e eu ficamos preparando papinhas pra semana toda. Tínhamos uma linha de produção com produtos variados. Nessa época eu fazia compras na CEASA, caixas de laranja e banana, quilos e quilos de vegetais e legumes. E fraldas, então? Em algum lugar eu tenho guardadas as contas de quantas fraldas compramos e trocamos ao longo desses anos.

Depois vieram as conquistas motoras, sentar, engatinhar, andar. E então nós é que começamos a correr, tentando ir atrás de vocês três. E então vocês fizeram 2 anos e veio a escola. E aí vocês fizeram 3 anos e 4 e agora fazem 5 anos!

Difícil imaginar o que seria de minha vida sem vocês. Quantas transformações aconteceram em minha vida desde que vocês me escolheram pra acompanhar suas vidas. É um privilégio seguir vocês passo a passo, assistir ao seu desenvolvimento, às suas conquistas, as suas tristezas. Ser escolhido para participar na formação de vocês é uma baita responsabilidade. Tornar-se pai já é uma tarefa complexa. Tornar-se pai de três crianças ao mesmo tempo é uma tarefa hercúlea. Tento cumpri-la da melhor forma possível, todos os dias.

Apesar da dificuldade, das dificuldades todas, envolvidas no papel de pai de trigêmeos, posso dizer que sou muito feliz por ter vocês comigo, por ter sido escolhido por vocês, por poder vê-los crescerem. Essa não é uma felicidade pura e simples, mas daquelas que enchem o peito a ponto suspender o ritmo natural da respiração, das que fazem a gente engasgar, daquelas que imprimem um sorriso indisfarçável no canto dos lábios, daquelas que enchem os olhos de lágrimas e fazem a gente marear.

É uma alegria vê-los fortes, saudáveis, espertos, curiosos, brincando e se divertindo. Enche os olhos vê-los brincando juntos, gargalhando de suas próprias invenções e travessuras. Vocês enchem a casa de alegria. Fico feliz em contribuir pra formação de vocês. E mais feliz ainda pelo fato de vocês me ouvirem e acreditarem em mim e nas coisas que falo pra vocês. Se vocês ainda não compreendem os porquês de tudo o que faço, um dia vão saber que foi tudo pra ajudá-los a se transformarem em boas pessoas, felizes, conscientes, justas.

Bia, parabéns! Parabéns pra nós dois! Olha só! Eles já tem 5 anos! Quem diria, não? Olhando agora, ninguém diz tudo que passamos. Ao mesmo, tempo, olhando pra trás, e revendo tudo o que passamos, a alegria fica maior pelo fato de chegarmos até aqui tão bem, não é? Nossas vidas prometem ser muito agitadas com esses três! Se tudo isso, durante esses 5 anos, nos fez envelhecer um pouco mais rápido, também nos faz rejuvenescer a cada dia. Se mudamos tanto em 5 anos, dá pra imaginar o que vem por aí?

5 anos! Parabéns Diogo, Laura e Mario. Vocês são o melhor presente que já recebi na vida. Espero poder retribuir, ao longo de suas vidas, sendo sempre um bom pai. Prometo que vou tentar sempre. Obrigado por serem meus filhotes. Desejo a vocês muita saúde, muitas felicidades, muitas alegrias, muitas aventuras, muita sorte, muito tudo de bom. Parabéns!
[Apesar do blog ter começado quando os trigêmeos fizeram 4 anos, vocês podem encontrar muitas das histórias que fazem parte desses 5 anos, desde o início. Fico imaginando que será fantástico quando eles puderem ler tudo isso...]

março 29, 2009

festa de aniversário

Sexta-feira, dia 27, das 7 as 11 da noite, fizemos uma festa de aniversário para os trigêmeos! Uma festa simples, sem grandes invenções, festa de criança.

Convidamos os colegas da escola e suas famílias, os amigos mais próximos que tem filhos pequenos e nossas famílias. Foi no clube, portanto só podia ser nesse horário. Decoração dos Backyardigans [tinha que ser alguma coisa que agradasse aos três!] uma mesa simples com balas e chicletes espalhados, 3 bolinhos, um pra cada um, alguns balões e bons comes e bebes, fornecidos pelo Bigode e sua trupe.
Chamamos a Adriana e o Rodrigo [professor de educação física deles] pra fazer uma recreação com as crianças, com direito a brincadeiras coletivas, como bingo, atividades daquelas de gincana e caça ao tesouro, com lanternas. Cada criança ganhou uma lanterna, que foi a lembrancinha da festa. Acho que juntamos umas 50 crianças de várias idades que se divertiram durante 2 horas e meia.
Enquanto isso pudemos conversar com os velhos amigos e estreitar os laços com os pais dos colegas da escola. O tempo estava ótimo, a noite super agradável, o que ajudou muito. Foi muito bom ter reunido tantas famílias num ambiente tão agradável. Nós gostamos muito.

O importante mesmo foi que as crianças adoraram e se divertiram muito. Os trigêmeos estavam muito contentes, felizes da vida.

março 27, 2009

jogando no computador

[Diogo no primeiro plano, Mario ao centro e vejam só a carinha da Laura esperando a vez...]

Foi inevitável. O interesse dos tri pelo computador vem crescendo exponencialmente. Eles tem umas aulas de informática no Progresso, mas não sei bem como é conduzida. Taí! Boa pergunta pra se fazer na reunião bimestral, só por curiosidade.

As crianças começaram a pedir pra mexer no computador com mais freqüência, quase todos os dias. Então tive que estabelecer uma agenda: segundas e quintas, depois do jantar. Então eles brincam aqui, os 3 juntos, revezando a vez, por mais ou menos hora e meia.

Claro que os games são os preferidos. O site da Discovery Kids é o único infantil que conheço e acho bem interessante, especialmente pra idade deles. Tem jogos com de associação de palavras e figuras, jogos com contas matemáticas básicas, jogos de montagem e construção e um monte de outras coisas.

O único problema mesmo é o revezamento do tempo. Os mais espertos abusam, os mais ‘bonzinhos’ reclamam, mas no final, dá tudo certo.

março 26, 2009

lição de casa [6]

A lição de casa dessa semana exigiu bastante coordenação motora. Numa folha sulfite A4, dividida ao meio [duas partes A5], indicava no lado esquerdo uma letra e do lado direito um número, escritos por eles mesmos. Perguntei o que a lição pedia e eles me contaram: ‘Recortar e colar letras e números. Colar letras desse lado e números desse lado’. Ok, bem explicado, entendi.

Uma revista velha pra cada um e toca a procurar letras e números e então recortar e colar. A Laura é bem mais habilidosa com a tesoura. Os meninos me deixam aflito, fico achando que vão cortar o dedo a qualquer momento. Mas não aconteceu nada.

[dá pra ver a banana ao lado da Laura? Isso porque eram 2 da tarde e eles haviam acabado de almoçar, com melão de sobremesa...essa menina gosta mesmo de banana! Já falei disso antes em algum lugar...]

Colar os pedacinhos de papel no sulfite também foi difícil. Difícil medir a quantidade de cola, saía um pingão, um pinguinho... Organizar os pedacinhos no espaço do papel era pedir demais. Letras e números formaram uma nuvem aleatória no espaço, nas mais variadas posições, de ponta cabeça, de lado e assim foi.

Colaram 5 letras e 5 números, acho que era essa a instrução. Acho que fizeram direitinho...

música do vovô Noel – Arca de Noé

Essa é outra música que tenho cantado pra eles. Meu pai cantava muito essa quando eu era pequeno, principalmente nas viagens de carro. Não, não tem nada a ver com a Arca de Noé do Vinícius de Moraes que fez aquelas composições fantásticas pra crianças. Por sinal, os tri adoram.

Essa Arca de Noé é outra. Eu nunca escutei em lugar nenhum nem ninguém cantando. Comecei a pensar que era invenção de meu pai. Mas nada, trata-se de uma marchinha de carnaval de 1937 [de Nássara e Sá Roris, gravação de Almirante. Nada como o google pra descobrir essas coisas! Escute um mp3 aqui, se quiser]. Meu pai nasceu em 1926, então essa marchinha devia tocar nos carnavais cariocas de sua adolescência.

Eu cantei 3 vezes e eles gostaram tanto que já sabem cantar. É assim [a versão de meu pai é um pouco diferente da original]:

Lá vai o seu Noé, comandando o batalhão,
O macaco vai sentado na corcunda do Leão
O gato faz assim, miau, miau
O cachorro Lulu, au, au, au, au
O peru faz gluglu
E o carneiro faz mé
E o galo carijó, cócorócocócó


Meu pai cantava uma segunda vez, trocando o cachorro Lulu por Totó e galo carijó por galo garnizé, que fazia quéquéréquequequequé ao invés de cócóró. Eu canto as duas partes pros tri.

março 25, 2009

música do vovô Noel – boneca de papel

Falando em maestro…

...ando cantando umas músicas pros tri que meu pai cantava quando eu era pequeno. Meu pai tinha uma bela voz e chegou a flertar com o rádio no final dos anos 40 e início dos 50. Cantava bem em inglês, espanhol e português. Cantava uma e outra em Francês, mas pouco. Chegou a ser convidado pra fazer parte da rádio Nacional no Rio, mas meu avô [seu pai] o proibiu veementemente.

Interessante, meu avô [o Mario]. Proibiu meu pai de fazer algumas coisas que poderiam ter se transformado em sucesso. Primeiro, essa de ser cantor. Meu pai tinha talento, além de ser muito carismático, simpático e comunicativo. E o cara cantava em inglês, o que poderia fazer a diferença na época. Depois, a coisa do cachorro quente. Em 1946 [imediato pós-guerra, portanto], meu pai foi para os EUA, estudando primeiro em Purdue e depois na Indiana University, onde cursou Economia e Negócios [um curso que não existia no Brasil e que daria origem aos cursos de marketing]. Sabe que lá ele chegou a gravar um disco [algo equivalente a uma fita demo que existia há uns tempos atrás] com um trio de música latina chamado ‘Los Ticos trio’. Voltou ao Brasil em 1952 e logo que chegou meu avô perguntou a ele o que gostaria de fazer. E ele disse: ‘Quero abrir uma lanchonete para vender Hot Dogs.’ Pra que! Levou uma carraspana do pai que o chamou de louco e daí pra pior. Resultado, 2 anos depois alguém abriu em São Paulo [acho que era o Chico’s Dog. Será?] a primeira lanchonete vendendo cachorro quente e foi um baita sucesso. De qualquer forma, meu pai foi bem sucedido em outras atividades. Agora, cantar, ele nunca deixou de cantar.

Ele cantava uma música, especialmente pra minhas irmãs, que devia ser um sucesso nas rádios quando ele morou nos EUA [a música é de 1943], chamada ‘Paper Doll’, de uns caras chamados Mills Brothers.



Ele até fez uma versão em português, muito legal:

Eu vou comprar uma boneca de papel só minha
Que outros não queiram me roubar
E os garotos lá da rua, que são de amargar
Terão que procurar bonecas reais

Quando eu voltar pra casa toda tarde
Terei sempre ela a me esperar
Eu vou comprar uma boneca de papel só minha
Que outros não queiram me roubar

Cantei isso pras crianças e eles gostaram. Acharam fantástico que tenha sido o vovô Noel que cantasse quando eu era pequeno.

março 24, 2009

palavra estragada

Voltando da escola, ao meio-dia, por incrível que pareça, o fôlego deles está em ordem. Os três falam ao mesmo tempo, querem contar o que aconteceu, falar dos planos que fizeram com os amigos, que vão na casa de um, que outro vem aqui pra casa, que a professora falou tal coisa...ufa! Algazarra total! E parece que a coisa não tem fim!

Como fica impossível entender os três falando ao mesmo tempo, tento organizar a bagunça. ‘Calma, um de cada vez.’ ‘Agora é a sua vez.’ ‘Espera um pouco, quando um fala os outros escutam.’ Então a coisa fica um pouco mais ordenada e, assim, possível de compreender o que cada um quer contar.

Difícil mesmo é quando um deles fala o que o outro estava esperando pra falar. Aí é um desespero, porque o que esperava o outro falar fica triste, bravo, decepcionado e protesta, com a seguinte explicação: ‘Ah! pai, ele estragou minha palavra...’

março 23, 2009

tv hipnótica, babá eletrônica




escrevendo.

Tenho o hábito de manter ao lado do computador um bloco ou folhas de sulfite, caneta e lapiseira pra qualquer anotação que eu precise fazer. Volta e meia um dos tri vem ao escritório, para do meu lado na mesa, pega a caneta ou lapiseira e fala: ‘vou escrever uma coisa, pai.’

Diogo apareceu, parou do meu lado, e falou que ia escrever uma coisa. Foi ‘cantando’ em voz alta as letras que escrevia: ‘O, I, N, A, R’. Quando se deu por satisfeito disse: ‘pronto’.
Então, eu me virei pra ler o que estava escrito e li em voz alta: ‘OINAR’. E ele: ‘Acertou, pai.’

O processo se repetiu por mais 4 vezes e todas as vezes que eu lia em voz alta o que ele havia escrito, ele dizia: ‘acertou, pai.’ E quer saber o que ele escreveu, além de ‘OINAR’?
‘RONTOIAI’, ‘IDIOSO’, ‘NONARO’, ‘OAOGBIITO’. Acho que na última ele já estava cansado, porque eu não consegui entender de jeito nenhum o que estava escrito!

Agora Diogo faz isso com freqüência. Escreve, escreve, escreve. Escreve coisas e pede pra eu adivinhar o que está escrito. Segundo seus critérios, as vezes eu erro e ele ganha pontos! Noto que algumas letras são recorrentes, como D, A, I, M, N, Z, O, R, enquanto outras não aparecem. Acho que algumas letras devem ser mais divertidas de ‘desenhar’ do que outras.

março 22, 2009

fazendo contas

Os tri estão aprendendo a fazer pequenas contas de adição e subtração. Então eles mostram os dedos das mãos, 2 de uma, 3 de outra e perguntam: ‘quanto é 2 + 3?’ E eles próprios contam, usando o queixo pra apontar pros dedos, contar em voz alta e chegar a resposta: ‘5!’

Eles estavam fazendo suas continhas, e eu fui perguntando: ‘e isso mais isso?’, ‘e isso mais aquilo?’, e ‘4 + 3?’, e ‘5 + 4?’. E eu via os dedinhos do Diogo e da Laura pra cima, pra facilitar a conta em voz alta e a pergunta era logo respondida.

Até que perguntei: ‘E 9 + 1?’ E enquanto Diogo e Laura se atrapalhavam pra fazer com os dedos 9 + 1, o Mario foi rápido no gatilho: ’10!’

março 21, 2009

a pé

Ontem fomos a pé pra escola. Há muito tempo eles pediam pra fazer isso, desde que fui a pé com a Laura num dia em que os dois ficaram de cama, gripados. Então, ir a pé pra escola virou uma meta a ser alcançada. Eles acordavam e perguntavam se era hoje que iriam a pé pra escola: ‘hoje vamos a pé, pai?’ E eu dizia que teríamos que combinar antes porque precisaríamos acordar mais cedo, porque a pé demoraríamos mais pra chegar à escola.

Como ontem acordei as 5 da matina, achei que dava pra ir numa boa. Me arrumei, preparei o lanche dos tri, botei a mesa do café da manhã, separei os uniformes, os tênis e fui pro quarto acordá-los.

Quando fui chamá-los na cama, já fui logo anunciando: ‘vamos levantar porque hoje vamos pra escola a pé’. E os três pularam da cama num piscar de olhos. Se aprontaram rápido, tomaram o café da manhã e fomos embora.

Saímos as 10 pras 7, as ruas ainda sem o movimento intenso da manhã. Os três puxando suas mochilas, foram cantando uma parte do caminho. Atravessaram as ruas tranquilos, fizeram observações e comentários sobre o que viam, pararam em frente ao muro de uma escola infantil que tinha os personagens Disney pintados, elegeram os que mais gostavam.

Em 15 minutos chegamos. Eles estavam satisfeitos. Entraram na escola quase sem olhar pra trás, sem beijo, sem despedida. Eu voltei sozinho, pelo mesmo caminho, também muito satisfeito por ver-lhes a alegria com o feito. Mas o caminho não estava, tão bonito e animado como na ida, não era nem sombra daquele que havia feito a 5 minutos atrás...

março 20, 2009

depois do final da b_nda...

Motivado por um comentário da Glória no post anterior...

Outro dia aconteceu do cocô passar do final da bunda de um deles. Estávamos no clube, na piscina, o menino de sunga. Já viu. Lá foi a mãe com o menino pela mão, a outra mão dele no traseiro, como se fosse ajudar a segurar aquilo que já estava mais pra fora que pra dentro. Resultado, a sunga foi lavada, do melhor jeito possível naquele momento, no vestiário do clube. Bia permaneceu com o trauma ‘psicológico e odorífico’ por uns dias, parece que aquele cheiro não sai do nariz e vai ficar na sua mão pra sempre.

Mas esse foi um episódio isolado. Porém...pode acontecer de novo, portanto, aprendemos a lição: sungas extras em todas as idas ao clube. Além disso, ninguém está livre de que aconteçam outros incidentes. O importante é procurar estar sempre preparado pra essas e outras. É a vida! [Diga-se de passagem, vida selvagem, como sustentam alguns amigos.]

De um modo geral, aqui em casa o cocô tem parado antes do final da bunda e só passa do final quando já estão devidamente sentados no ‘trono’. Se por qualquer eventualidade, compromisso inadiável [dos meninos com suas ocupações lúdicas], obra do destino, imprudência ou imperícia o cocô passa do final da bunda direto na cueca, esta tem destino certíssimo: o LIXO!

A nossa sorte é que eles adoram o banheiro e continuam brincando mesmo ‘ocupados’ com tarefas ‘perigosas’.

corre!

Essa eu tenho que contar. Não resisto. Todo mundo sabe dos meus traumas com fraldas e escatologias afins, então não posso deixar passar.

De uns tempos pra cá os meninos [a Laura não entrou nessa, coisa de moleque mesmo] apareceram com uma nova. Saem correndo no último minuto, quando quase já não dá mais tempo, gritando: ‘Cocô! Cocô! Corre! Corre! Rápido que já está no final da bunda!’

Dá pra agüentar?

março 19, 2009

lição de casa [5]

Hum...A lição de casa dessa semana não foi tão interessante assim. Pedia apenas que eles desenhassem o que acharam de mais interessante no livro que pegaram na biblioteca na semana anterior. E os livros que eles escolheram foram: O pequeno Polegar [Diogo], O gato de botas [Laura] e Aladin [Mario].

março 18, 2009

música

Nessa área os trigêmeos mudaram muito. Ano passado eles não cantavam nada aqui em casa e na apresentação de fim de ano ficamos surpresos com o trabalho feito pela professora Silvia. Não sei que botão eles ligaram, mas agora chegam em casa cantando, cantam a torto e a direita. Inventam músicas, inventam sons, conversam fazendo sons uns pros outros com a boca, muito legal.

Eles estão trabalhando musicas instrumentais e o tema escolhido foi Pedro e o Lobo, de Prokoviev [mais um link], justamente porque tem uma historia muito legal associada à música. Na verdade, cada instrumento faz o papel de um dos personagens da história. Achei sensacional a Silvia estar usando Pedro e o Lobo, primeiro porque adoro a história e a música, mas também porque faz uns três anos que os tri escutam um cd gravado pela Rita Lee com a composição do Prokofiev. Ela vai explicando pras crianças que instrumento representa cada personagem e apresenta o tema de cada um também. Eu acho bárbaro. Eles gostavam da música, do cd e agora pedem pra ouvir a toda hora.

Tudo isso também demonstra que o trabalho desenvolvido pela área de música está tendo um resultado super legal pros tri.





+ sobre Pedro e o Lobo:
1) Pedro e o Lobo virou filme de Disney. Vale a pena ver o encontro de Disney e Prokofiev nesse clip
2) quem quiser escutar os temas musicais de cada personagem pode ir aqui

março 17, 2009

inglês

Eles têm aulas de inglês 2 vezes por semana na escola. E o ritmo é bem tranqüilo pra não gerar um stress na moçadinha. Como o projeto do bimestre da classe é ‘minha história’, as atividades do inglês se inserem no projeto. Enato eles aprendem palavras referentes a família e as partes do corpo, coisas que dizem respeito a eles e sua história de crianças de 5 anos.

O melhor de ter ido a reunião foi constatar que o trabalho feito pelas professoras do inglês vai dando resultado. Outro dia os tri entraram no carro falando algumas palavrinhas em inglês, como mommy, daddy, sister, brother, grandpa, grandma. Outra coisa muito legal foi ver como a professora Sheilla coordena sua equipe de jovens professoras de inglês como segunda língua. Achei bem democrática e participativa.

[eu tive aulas de inglês quando tinha entre 4 e 5 anos, com a Aunt Vivian, e foi muito bom pra educar meus ouvidos pros sons de outra língua: leia um pouco aqui].

março 16, 2009

educação física

Voltando a reunião da escola, nessa área não tivemos muitas surpresas. Conhecemos bem o trabalho do professor Rodrigo. Ele fez parte por 2 anos da equipe do pré-esportes do clube e os atuais professores são seus amigos e seguem a mesma linha. As crianças ficaram 2 anos no pré-esportes e adoravam. [Agora estão numa atividade chamada ginástica natural, que usa aparelhos como cama elástica pra realizar movimentos simples e explorar situações de equilíbrio].

Na escola, o Rodrigo não faz muito diferente. E as crianças vêm evoluindo muito bem. Um bom esclarecimento feito pelo Rodrigo foi que crianças dessa faixa etária não estão aptas, do ponto de vista do desenvolvimento motor, para praticar esportes. Ele até apontou que há estudos para mudar o nome de educação física para Cultura Corporal do Movimento, o que me pareceu bastante adequado.

É muito legal vê-los reproduzindo em casa atividades que eles fazem nas aulas da escola.

março 15, 2009

colo [2]

Falando de colo, percebi que eles ainda usam meu colo quando estamos todos vendo tv. Desde pequenos eles se empoleiram encima de mim [ou da Bia], quando estamos sentados no sofá ou no chão. Aja peso, hein! Eles ainda fazem isso. Eu me sinto um verdadeiro poleiro! Ficam lá, os três, encima da gente. E pergunta se eles ficam quietinhos?

março 14, 2009

reunião na escola

Hoje pela manhã fomos a uma reunião na escola para a apresentação dos projetos pedagógicos das áreas de educação física, música e inglês. Achei muito bom, super produtivo. Dá pra sentir que a escola tem um projeto consistente e o trabalha com tranqüilidade, confiança e consciência. Estão seguros do projeto que estão colocando em prática.

A organização estava perfeita. Levamos as crianças que ficaram brincando no parque sob a supervisão das auxiliares de classe. Enquanto isso, no anfiteatro, as apresentações dos professores correu no azeite, dentro do cronograma previamente agendado, das 10 às 12 horas.

Saí de lá gostando mais um pouco da escola, porque sinto que não há invenção, adesão a novidades, modismo, nenhuma pretensão de ser bom, melhor e diferente, apenas a preocupação com a educação escolar das crianças através de um projeto muito bom. Uma das coisas que mais me agrada na escola é perceber que os professores, a linha de frente da escola, trabalham felizes, confiantes e comprometidos. Quer melhor sinal de que a escola é boa?

Depois conto sobre os projetos de cada área.

março 13, 2009

colo

Hoje me dei conta de que não dou colo pros tri como dava antes. Aliás, está cada vez mais raro dar colo pra eles, a não ser que fiquem muito tristes com alguma coisa, então dou um colinho rápido. Ainda bem, não é fácil agüentar vinte quilos nos braços por muito tempo. E pensar que cheguei a carregar os três juntos e virava e mexia carregava dois, um em cada braço. Isso até outro dia, coisa de um ano atrás. Chegávamos em casa as 8 da noite e os três derrubados, destruídos, dormindo no carro. Bia colocava um em cada um dos meus braços e assim subíamos o elevador. Ia direto pro quarto deles e praticamente os largava na cama.

Outro dia segurei o bebê de um casal amigo nosso, 10 kg, chumbinho. Essa é uma coisa que dá um pouco de saudade, segurar um bebê no colo. A gente se habitua, de tanto carregar criança, acaba nem sentindo muito. Na verdade era meu único esporte, carregar criança. Tanto que o corpo foi se adaptando e criando uma barriguinha, aquela socialmente aceita, pra ajudar no apoio do bebê. O corpo vai criando um anexo, quase um órgão independente. E olha que sou magro, hein! O cansaço de cuidar de 3 era tanto que não tinha forças pra vencer a vida sedentária.

O crescimento, o amadurecimento e o aumento de peso das crianças é inversamente proporcional ao colo, sedentarismo e a barriguinha. Se eles se livram do colo, eu me livro do anexo também!

março 12, 2009

karate kids

Os trigêmeos adoram o filme Karate Kid. Passa com certa freqüência num desses canais infanto-juvenis pagos. Não é fantástico que um filme de 25 anos atrás ainda tenha apelo entre crianças? Acredito que a razão disso é porque o filme trabalha valores universais como lealdade, perseverança, disciplina, humildade, bondade, que são pilares para a construção do caráter. Isso cai como uma luva para os jovens.

Eu gostava do filme, mas hoje gosto ainda mais. Apesar de conter um pouco de violência, não é tão violento como os filmes infanto-juvenis atuais. E a história é muito bem construída, o mestre Miyagi é um baita personagem e a ‘moral da história’ é muito positiva.

A cada vez que vêem o filme o resultado é esse:

março 11, 2009

Lição de casa [4]

No infantil 4, a escola adota um livro por bimestre [pois é, temos que comprar 3 livros iguais]. Nesse bimestre adotaram o livro ‘A Bruxinha e o Godofredo’, da Eva Furnari [Global, 1993]. Um livro muito simples, desenhos a duas cores [rosa e tons de preto], uma história simples. O Godofredo, um monstro [sera um ogro rosa?] com cara de meio bobão, meio gordo, meio disforme, rouba a varinha mágica da Bruxinha, que fica tentando recuperá-la de todo o jeito. E aí acontecem situações bem divertidas.

Não há nada escrito no livro, apenas no final, há umas placas desenhadas contendo o que deveriam ser os títulos de capítulos. E a solicitação de que a criança coloque escreva esses títulos [ou coloque de outra maneira, não sei como vai ser] nos lugares apropriados. As crianças gostaram do livro.

A lição pedia duas coisas. Primeiro responder quantos personagens havia na história. Segundo, desenhar esses personagens. Só que a lição começa com o cabeçalho: escrever o nome, a data [dia, mês, ano] e a classe. Ai eles já começam a se divertir, dão risada de como escrevem os números e tal. A primeira questão foi fácil, responderam de primeira.

Quando chegou na hora do desenho, fiquei surpreso com a apreensão deles em desenhar os personagens. ‘Não sei desenhar o Godofredo’, ‘Mas é difícil desenhar a Bruxa’, ‘Eu vou fazer errado’. Engraçado, né? Expliiquei que eles poderiam desenhar como quisessem, como soubessem, do jeito que lembravam dos personagens, poderiam usar a imaginação e que desenho não é como letra e numero, não tem errado, é sempre certo. Diogo chegou a fazer um rascunho do desenho e depois redesenhou na folha da lição! No final os desenhos ficaram ótimos. O da Laura ficou lindo, o Godofredo dela ficou genial e até as bolinhas brancas da roupa da Bruxinha ela reproduziu.

março 10, 2009

moderação

Há tempos acho desnecessário usar o recurso de moderação de comentários no blog. Afinal, acredito que todos têm o direito de falar, dizer, opinar, expressar o que pensam e sentem. Mas quem fala e diz o que pensa tem que assinar embaixo. Ficar escrevendo a torto e a direito tudo o que se quer escondido num comentário anônimo é covardia. Não sou obrigado a ficar agüentando bobagem dita por quem não sei quem é e não assina embaixo o que escreve.

Sinceramente não queria ter criado toda essa polêmica nesse espaço que é tão meu e dos meus trigêmeos. Muito chato isso, nao faz meu estilo, não.

Às amigas leitoras e comentadoras e aos amigos leitores e comentadores que acompanham o blog, peço desculpas.

Abraços,
Octavio

contagem regressiva

Os trigêmeos não vêem a hora de chegar o dia do aniversario deles. Eles tanto me perguntavam se ‘é hoje meu aniversário?’ e eu tanto cansei de explicar que ainda faltavam alguns dias que resolvi fazer um calendário pra ir marcando os dias até a data do aniversario. Cada dia um deles vai lá e marca com um X mais um dia que passou.

Estão super empolgados. Nunca se ligaram no aniversário desse jeito. Esse ano vamos fazer uma festa, coisa que não fazemos desde o aniversário de 1 ano. Os três estão na contagem regressiva.

56’25”

O tempo vai baixando...devagar e sempre. Baixei 2’15” o tempo dos 10k em um mês. Andei fazendo uns treinos pra melhorar a performance, nada muito aplicado, mas senti uma diferença hoje. Na duas últimas subidas que antes eu sentia muito, parecia que hoje eu estava voando! Preciso colocar uma meta de tempo pra esses 10k...mas ainda não consegui estimar onde posso chegar. Se eu tivesse 18 anos diria que chegaria nos 36’. Rarará! Acho melhor continuar devagarzinho...

março 09, 2009

polêmica

Este texto foi publicado em penso, logo...escrevo


Nunca imaginei que o post ‘de ponta cabeça’ fosse causar tamanha polêmica. Na verdade tenho um certo talento que talvez na seja pra ser admirado, de criar polêmica. Na verdade gosto de um bom debate, uma discussão saudável sobre temas interessantes pra exercitar a mente.

Em todo o caso, achei interessante ouvir a opinião de quem se pronunciou, de gente amiga e até da família. Bia, não muito afeita a esses debates acalorados, ficou preocupada. Que bom que as pessoas pensam de formas diferentes umas das outras. Que bom que temos liberdade de pensar e dizer o que quisermos. Que bom que hoje a tolerância está incluída entres os princípios que norteiam as relações da sociedade, nem todo o politicamente correto é apenas chato. O politicamente é chato principalmente quando é apenas discurso e nada mais.

O Antonio Prata, aliás, meio parente, já que é filho da minha prima Marta com o Mario Prata, escreveu uma coisa interessante sobre o politicamente correto nesse domingo, dia da mulher. Primeiro ele associa politicamente correto com idéias de esquerda. Acho bastante questionável. E segundo ele diz que não há nada de ousado em ser politicamente incorreto no Brasil porque aqui a realidade já o é. É uma leitura do país que faz sentido.

Umas das leitoras do blog, a Soraya, fez um post bem interessante sobre o post polêmico. Ela é casada com o Ravi, com que eu e a Bia tomamos uma cerveja mas a Soraya estava viajando, então tomamos uma por ela.

De qualquer forma, acho que o blog ‘os trigêmeos’ não é o lugar em que eu gostaria de travar esses debates sobre assuntos polêmicos. Afinal, esse blog é pra falr desses três pequenos e minha vida com eles. Quem sabe eu invento um outro blog pra falar das coisas que penso quando não estou pensando nos trigêmeos! Pode ser uma boa idéia, assunto não ia faltar, garanto.

março 08, 2009

parabéns mulheres

Como o público do blog ‘os trigêmeos’ é predominantemente feminino, não posso deixar de render uma homenagem às mulheres em seu dia. Parabéns a todas as mulheres! Parabéns especialmente àquelas que acompanham o blog.

Expresso aqui minha admiração pelas mulheres que não têm vergonha de seu país e de sua religião, que se orgulham de seu país e que ainda alimentam romanticamente a esperança de que lutando ainda haverá transformação possível. Rendo minhas homenagens a todas as mulheres que conseguem reconhecer na história do país a impossibilidade de justiça social e tiveram a coragem de mudar. Parabéns a todas as mulheres que são capazes de fazer do politicamente incorreto o certo a fazer frente a onda do politicamente correto que não faz sentido algum num país em que nunca houve, não há e não haverá correção.

A todas as mulheres que expressam suas opiniões tão apaixonadamente, parabéns!

cuidado: tinta fresca

março 06, 2009

de ponta cabeça

Este texto foi publicado em penso, logo...escrevo


Desculpem, mas tenho que expressar aqui minha indignação com 2 histórias absurdas e revoltantes. Depois que me tornei pai fiquei mais antenado com os acontecimentos com crianças. E o que vem acontecendo no Brasil é deprimente.

Primeiro a história do menino Sean. Nasceu nos EUA, pai americano, mãe brasileira. Depois de uns anos, a mãe volta com o menino ao Brasil, de férias. As férias vão se alongando e um belo dia o pai fica sabendo pela mãe que eles não vão voltar pra casa. Como? É isso, não voltaram pros EUA, nunca mais. O pai, desesperado, tenta tudo, mas não consegue sequer rever o filho. A mãe se casa de novo no Brasil – sem se divorciar do primeiro marido! – e no parto da filha do segundo casamento, morre. Naturalmente, você pensa, o menino Sean vai ficar com o pai. Nada! O segundo marido, da poderosa família de juristas Lins e Silva, requer a alteração do sobrenome do menino. O que? É isso!

O caso vai a justiça americana, brasileira e permanece sem solução. A justiça brasileira defende que o menino deve ficar com essa família no Brasil mesmo admitindo que a mãe ficou com o menino ilegalmente. Agora virou quase um caso diplomático, com o envolvimento de chanceleres, deputados e até o presidente do Brasil e a secretaria de estado dos EUA, Hillary Clinton. Agora pergunto, que justiça é essa que defende esse tipo de comportamento? Que valores regem de fato a justiça brasileira?

O segundo caso é o da menina do Recife, de 9 anos que foi abusada e estuprada pelo padrasto e engravidou de gêmeos. O que? É isso! Criou barriga, sentiu enjôo, foi ao medico, descobriu a gravidez. A lei brasileira permite o aborto nesse caso: abuso sexual e risco a saúde de menor. Uma menina! Foi internada num hospital e o arcebispo de Olinda solicitou ao hospital que a liberasse na tentativa de impedir o aborto. Como? É!

Então ela é internada em outro hospital e a equipe médica toma todos os cuidados e realiza os procedimentos necessários para garantir a saúde da menina, física e mental! E o que faz o arcebispo de Olinda, seguindo os cânones da Igreja Católica? Excomunga os médicos e a mãe da menina! Como é que é? Pois é! Segundo a Igreja não se pode tirar uma vida e isso automaticamente leva a excomunhão! Mas é uma menina de 9 anos! Não pode. A menina foi estuprada pelo pai? Não pode. Poderia morrer se levasse a gravidez adiante. Não pode. Poderia ter sérios problemas psicológicos no futuro. Não pode. Como uma criança iria criar outra criança? Não pode.

Não consigo entender. Afinal, onde está a justiça? Será que isso existe no Brasil? Esse país está doente, de pernas pro ar, tudo invertido, todos os valores corrompidos. O que é isso? O país defende o seqüestro de menores? Parece que sim. E a Igreja católica, caduca, - não parece coisa de gente ignorante? – não consegue ter qualquer sensibilidade que ultrapasse seus dogmas pra julgar um caso especifico de violência social e individual?

Há inúmeros estudos que apontam que a religião católica atrapalha o desenvolvimento econômico do país, em contraposição a lógica protestante que alavanca economicamente as sociedades em que se insere com mais força. Então a Igreja está cega, não consegue ver o que acontece atrás dos muros de seus mosteiros e catedrais, onde se encastelam os homens que se acham acima da lei. E, por outro lado, a justiça feita pelos homens está completamente corrompida por interesses individuais e políticos, privilegiando as classes dominantes, legislando para si próprios.

Fui criado na religião católica, mas há muito tempo não acredito na sua visão dogmática do mundo. Tenho vergonha de ser católico, vou pedir pra ser excomungado. Tenho vergonha de ser brasileiro!

março 05, 2009

lição de casa [3]

A lição de casa essa semana foi mais complexa, mais numérica, eu diria. A tarefa solicitava que eles fizessem uma pesquisa junto aos pais pra saber o peso e o comprimento quando nasceram. Nos temos uma carteirinha de saúde que na verdade é um caderno com toas essas informações dos pequenos, desde o carimbo do pezinho até hoje. Então a parte da pesquisa foi fácil.

Fiquei feliz em vê-los envolvidos com a lição. Parece que tudo é uma aventura pra eles, eles se divertem tanto com as coisas, tenho que me segurar pra não dar boas gargalhadas.

Depois da pesquisa veio a parte difícil: escrever os números. Nos lemos na carteira de saúde de cada um e eu escrevi os números num papel para que cada um pudesse copiá-los. E ai começou a diversão. É, porque eles até que sabem ler os números, mas escrever, só sabem alguns. Eles tem aquela coisa do espelhismo [escrevem as letras e números ao contrario, como se estivessem num espelho. É espelhismo que se chama?], que de vez em quando aparece e dá uma marca infantil para o que estão fazendo. Eu acho sensacional vê-los tentando escrever, deve ser um esforço tremendo.

Então o 3 fica parecendo E, o 2 fica parecendo S, o 5 parece 2, o 7 parece F, o 9 fica parecendo um pirulito e por aí vai. E a cada vez que eles escreviam um número chamavam os outros pra ver, ‘olha só o 7!’, ‘olha o 3!’ e davam gargalhadas, rolavam de rir. Também me diverti mas fingi que estava sério!

março 03, 2009

Glória!

Tenho que fazer uma pequena grande confissão. Sou péssimo com amigos. Não mantenho laços, não cultivo os vínculos. Até sei porque. Com 11 pra 12 anos me mudei de cidade e isso foi terrível pra mim. Numa tacada só perdi os amigos que tinha e com quem ainda não tinha ligação estreita, forte e não consegui estreitar laços com os amigos que fiz na nova cidade. Então criei esse mecanismo de defesa, melhor manter certa distancia e se acontecer de alguém mudar, ir embora e tal, não há muito sofrimento. Ai não procuro muito, não telefono, vou ficando na minha. Fui assim a vida inteira. São poucos os amigos que compreendem isso. Como são poucos os que não vejo por anos e quando encontro é como se tivesse sido ontem. Isso acho genial! Ma não minimiza meu pequeno grande defeito!

Agora, se há uma coisa sensacional na web é esse poder de localizar e reencontrar pessoas que você não via há tempos. Imagina só, como você faria para fazer uma busca por um amigo que você não encontra desde os tempos do colégio? Vai até o colégio? Sim, se for na mesma cidade e o colégio tiver os dados atualizados doas ex-alunos, pode dar certo. Mas isso é ficção, não é?!

Com a web, você digita o nome da pessoa no Google e ele te mostra uma serie de resultados. A probabilidade de encontrar um link que leve você ao seu amigo é muito grande. A menos que ele tenha mudado de nome. Pesquisando na web reencontrei amigos do Pio XII, época do primário, mas não os encontrei ainda pessoalmente. Reencontrei amigos do colegial que se mudaram pra outros países e alguns que, por ironia, moram na mesma cidade que eu mas nunca nos encontramos! Também reencontrei amigos do mestrado, mais recente, 12 anos atrás.

É a primeira vez que o blog dos trigêmeos funciona como elo pra reencontrar uma pessoa querida, uma amiga dos tempos de colégio. Demais! Fiquei emocionado, arrepiado, chorei, quando li o recado. A primeira reação foi: ‘Hum, Glória, quem será Glória?’ Depois me vem a cabeça: ‘Glória só conheço duas, minha Babá e minha amiga de escola.’ Então leio o recado e ai foi difícil segurar...

...porque a Gloria não foi apenas uma amiga, mas uma companheira de aventuras da adolescência. Aventuras mais minhas do que dela, porque, comparadas com as minhas, as dela eram elevadas ao cubo.

Então, ai vai um recado pra Glória.

Querida Glória,
Você não pode imaginar quantas vezes digitei seu nome no Google. Infelizmente, todas as vezes não tive sucesso. Acho que você mudou seu sobrenome. E me lembro bem dele, porque é um sobrenome marcante. Lembro tantas vezes de você, das coisas que fazíamos juntos, da sua cidade, do seu apartamento, das nossas viagens...
Você não sabe como fiquei ao ler sua mensagem! Que bom que você me achou! Estou louco pra saber como você está! Que loucura, como isso pode acontecer, não nos vemos desde o fim do colegial!
Olha, seu email não aparece, nem pra mim, por questões de privacidade. Então, pra gente poder se falar, clica no meu visualizar meu perfil aí a direita e você vai achar meu email. Me manda uma mensagem.
Estou esperando.
Um grande beijo,
Octavio

março 02, 2009

calor e formigas

Enfim o verão chegou pra valer trazendo com ele as formigas. As temperaturas estão altíssimas! Um calor acachapante! E pra piorar, nossa casa esta tomada por formigas. Onde elas estavam antes? Porque apareceram agora? Porque têm esse comportamento nervoso, atribulado, trepidante? Com o calor elas não agüentam ficar nos formigueiros e saem em busca de uma brisa qualquer, um alivio para as temperaturas escaldantes. Comportamento parecido com o dos humanos que não agüentam ficar dentro de casa e lotam as ruas noite adentro. A cidade fica mais barulhenta e agitada. O sono das pessoas fica comprometido. A paciência idem.

Isso me lembrou um conto do Italo Calvino que li há muito tempo atrás, quando tinha meus vinte e poucos anos: La Hormiga Argentina [fui pesquisar e não é que a Formiga Argentina é de fato uma espécie de formiga?]. Acho que li em espanhol mesmo porque me lembro do título assim. O conto está no livro La Nube de Smog [veja uma pequena sinopse aqui] e as duas histórias são ótimas. Aliás, Calvino é um dos meus autores prediletos [por influência do professor e amigo Cininho].

O fato é que não agüento mais as formigas passando por todos os lugares da casa, na pia da cozinha, no fogão, na mesa, na sala, no escritório, nos banheiros, em todos os cantos. Elas me deixam nervoso, incomodado. Estamos enfrentando aquelas formigas minúsculas, microscópicas, chatas, sabe qualé?! Não se pode deixar um bolo sobre a mesa, nem que seja coberto, protegido, encapado com papel filme e as bichinhas dão um jeito de entrar pra beliscar um pedaço. Agora só faltam entrar na geladeira! Vai ser o fim da picada! Ou não, vai saber, talvez seja o início de algo bizarro?!

Acabo me sentindo no conto de Calvino, em que uma família vê suas vidas completamente dominadas pelas formigas. Pelo menos, nesse fim de semana, as vi muito pouco porque passamos os dias fora de casa, no clube com os trigêmeos, praticamente dentro d’água. Agora pergunta se eles acharam ruim?