abril 30, 2009

1º ano do blog

Lembro como se fosse ontem a primeira vez que entrei no blogger e comecei a explorar suas possibilidades já com a idéia de fazer um blog sobre os trigêmeos. Depois de alguma preparação, o blog foi caiu na rede à exatamente um ano atrás.
Tem sido uma experiência muito gratificante contar minhas agruras e alegrias de ser pai de trigêmeos. Tem sido prazeroso contar a história desse trio que transformou completamente minha vida. Mais que tudo, tem sido estimulante receber tantos visitantes e comentários sobre os posts e o blog. Quem se aventura no universo blogger quer mesmo é tornar pública, de algum modo, a sua própria história, trocar idéias, conhecer pessoas.

Alguns números são, pra mim, surpreendentes. Numa busca com a palavra ‘trigemeos’ no Google o blog aparece já na segunda página, na 12ª posição em 103.000 resultados. Numa busca com os termos ‘os trigemeos’, o blog aparece como primeiro link em 60.600 resultados. Em um ano foram 273 posts, incluindo este, 629 comentários, o que não acho pouco e 16 mil visitas. Do total de posts 41% foram publicados em 2009, ou seja, quase metade do conteúdo foi publicado em 4 meses. O que significa que estou mais presente no blog, com fazendo atualizações diárias. Mais e mais pessoas chegam aqui por caminhos muito diversos, gostam, eventualmente voltam e algumas se transformam em leitores. Quando eu imaginava isso? Jamais. Isso é muito legal.

Agora vamos ver como vai ser o segundo ano. Uma coisa eu sei. O blog vai continuar com a mesma cara. Acho que esse layout tem a ver com os trigêmeos, é bem simples, quase infantil. Acho interessante manter o visual porque ajuda a criar uma marca, uma identidade visual. Talvez vá inserindo um ou outro widget, mas nada de mudanças radicais.

Muito obrigado a todos os visitantes que passaram por aqui ao longo desse 1º ano do blog. E também aos leitores e comentadores que se transformaram em amigos dos trigêmeos e acompanham minha viagem de hipopótamo. Espero que vocês continuem nos acompanhando durante esse 2º ano e nos próximos. Um abraço apertado em todos.

[Diogo, Laura e Mario]

abril 29, 2009

blocos



Dá pra acreditar que esses blocos foram feitos pelo meu pai no início dos anos 60? Não é incrível? Passaram pelos 4 filhos, ficaram guardados por cerca de 20 anos e então sobreviveram a 11 netos. Alguns já foram pintados algumas vezes, mas outros ainda têm a tinta original. Não é demais?

licao de casa [10]

A lição foi sobre o livrinho a Bruxinha e o Godofredo. E pedia para que eles representassem em desenhos 3 desejos, caso conseguissem pegar a varinha da Bruxinha, assim como o Godofredo conseguiu. Como é uma tarefa subjetiva e não objetiva, gera um pouco mais de dúvidas em relação a como responder.

Perguntei que desejos o Godofredo tinha realizado com a varinha e eles disseram que tinha sido sorvete. Acho que responderam bem. Os desejos eram algo como uma montanha de chocolate, um vídeo game, um Bem 10, um passarinho...

abril 28, 2009

como fazer a lição de casa [terça-feira é dia de lição de casa]

Como tudo relacionado à educação e ao aprendizado, uma das coisas que considero importante é estabelecer uma rotina, criar um hábito. Foi assim que fizemos com o sono, com a refeição, com o banho, com o comportamento em geral. Claro que não há formulas mágicas que podem ser aplicadas em todos os casos. Algo que funciona pra uma coisa pode não funcionar pra outra, o que é bom para uma criança [ou para uma família] pode não ser pra outra.

Com a lição de casa está sendo a mesma coisa. Resolvi adotar a estratégia de fazer a lição assim que ela chega, no mesmo dia, apesar de terem 2 dias pra entregar a tarefa. Os trigêmeos chegam ao meio-dia, almoçam, brincam por meia hora e então chega a hora da lição. Eles já se acostumaram com a rotina e a cada terça-feira se organizam melhor do que não semana anterior na hora de fazer a lição. Isso vai se tornando um hábito que os ajuda a ter disciplina, a cumprir as tarefas dentro do prazo, sem grandes problemas, sem muito estresse. Tem funcionado muito bem.

Resolvi adotar essa prática lembrando do tempo em que eu era menino e tinha tarefas pra fazer. Acho que foi assim que meus pais fizeram comigo, mas isso não foi o fator determinante, porque por muitas vezes eu escapei dessa, me esquivei, fingi que não era comigo e não fiz a tarefa. O que determinou mesmo foi minha lembrança dos domingos em que eu tinha lição a fazer pra segunda-feira. Isso sem contar outras vezes, durante a semana, em que chegava à escola sem a tarefa resolvida e ficava com aquela cara de tacho: esqueci. Claro, as crianças começam a brincar e se esquecem de que tem tarefas pra cumprir [ou fazem de tudo pra não lembrar], é super normal.

Voltando aos domingos angustiantes, ora, a tarefa tinha chegado na sexta-feira [ou até mesmo antes] e eu havia enrolado o fim de semana todo, não havia feito nada e o fim do domingo se aproximava. Era angustiante, deprimente. Ia se formando um clima aterrorizante que eu detestava. A responsabilidade por eu estar enfrentando aquela angústia era só minha, não tinha jeito. A única solução já tinha ficado pra trás: ter feito a lição na sexta-feira.

abril 25, 2009

lista de blogs

Adicionei uma lista de blogs na coluna a direita, embaixo. Estes são os blogs que achei sobre trigêmeos na web ao longo desses 5 anos.

Esse blog de um pai de trigêmeas não coloquei no primeiro post sobre trigêmeos na blogosfera. Estava guardado em uma outra pasta dos favoritos que só achei ontem e há tempos não visitava.

essa escola deve ser boa...

Falando em escola, o que vocês acham dessa?

[em 'placas ridiculas']

abril 24, 2009

reunião bimestral do Infantil 4

Hoje tivemos reunião com a professora Adriana. Foi a primeira reunião que tivemos com a Adriana, não pudemos ir a primeira reunião no início do ano, a coletiva do Infantil 4, porque tínhamos compromissos profissionais. E a reunião foi ótima. Está tudo bem com eles, nada de anormal, nem pra baixo e nem pra cima da curva. Estão acompanhando as propostas e interagindo bem. Estão aprendendo a aprender, o que é um grande desafio pra eles. O mais importante é que eles gostam da escola e demonstram estarem felizes com isso.

Vimos alguns trabalhos feitos por eles, desenhos, primeiras hipóteses de representação escrita. Muito legal. Deu pra perceber nitidamente o desenvolvimento de cada um desde o inicio do semestre.

Acho que eles encaram a escola com tranqüilidade porque nós a encaramos assim. Aliás, acho que isso vale pra tudo. Os filhos seguem exemplos, aprendem com os exemplos, em todos os campos da vida. Não nos preocupamos muito, não interferimos muito porque entendemos que existe um limite muito claro entre espaço familiar e espaço escolar. No espaço escolar eles estabelecem relações que competem apenas a eles, é um espaço deles. Não somos de ficar mandando bilhetes, fazendo perguntas ou reclamando. Embora família e escola desempenhem papéis importantes na educação das crianças, cada uma tem funções bem definidas, que devem ser preservadas e respeitadas mutuamente.

A relação família e escola deve ser uma relação de confiança mútua, as duas partes devem trabalhar juntas pelo mesmo objetivo: educar crianças para serem adultos íntegros, justos, capazes de pensar criticamente e de se expressar através de suas realizações concretas. Parecem coisas fáceis, tanto a relação entre as duas instancias como a tarefa educacional, mas não são não. Nosso grande mérito, até o momento, foi escolher a escola. Uma escola em que os professores trabalham felizes. E não há nada mais valioso em uma escola quanto o material humano. E não tem segredo, professores felizes, alunos felizes, pode contar com isso, é batata!

Eles são muito tranqüilos quanto à escola e, como já disse, estão felizes. Fico feliz em vê-los tão felizes no Progressinho!

projeto minha história

O projeto desse bimestre no Infantil 4 do Progresso foi ‘Minha história’, em que eles discutiram como nasceram, cresceram e chegaram até onde estão. A primeira tarefa do projeto era levar objetos pessoais de quando eram bebês. Preparei junto com eles um saquinho pra cada um com algumas coisas que tinha guardado: mamadeirinhas, chupetas, fitas de identificação da maternidade, touquinha que usaram na maternidade, fralda de prematuro e os álbuns de fotos que faço de tempos em tempos.

trigêmeos na blogosfera 2: casal blogueiro

Essa é demais! Demais porque eu não liguei uma coisa com a outra, nem com os nomes iguais de cada pequeno, nem com as fotos, vê se pode! A cabeça tá ido pro espaço, mesmo...

E mais demais ainda porque a blogueira do ‘trigêmeos's blog’ é casada com o blogueiro do ‘vem comigo...’! Um casal, pais de trigêmeos e blogueiros! Demais! Sensacional! Já tinha trocado uns comentários com a Carol, ela achou o blog durante a gravidez. Eu me esqueci que isso tinha acontecido, desculpa, Carol.

Um forte abraço pra vocês, Breno e Carol, mais novos companheiros nessa viagem de hipopótamo!

abril 22, 2009

trigêmeos na blogosfera: o blog do Lucio

Desde que me transformei no pai dos trigêmeos, eu procuro na web outros pais de trigêmeos. Acho que quando a gente se defronta com algo assim, inusitado, incomum, muito diferente, o movimento natural é procurar por outros iguais, na mesma situação, em busca de informações, trocas de experiências e, quem sabe, um pouco de conforto. [Não existe muita coisa por aí sobre o assunto, não. Uma ou outra coisa, inclusive em inglês tem pouca coisa.]

Durante a gravidez da Bia, encontrei uma lista de discussão no Yahoo! Participei por um bom tempo, mas depois as discussões não batiam com minhas preocupações e com as coisas que eu gostaria de conversar. Uma das mães da lista começou um site chamado múltiplos [foi nesse site que publiquei meus primeiros textos sobre a vida com os tri]. A iniciativa é bem legal, mas a sensação é que falta alguma coisa, uma pegada mais forte, sei lá. Acho muito estranho que nenhuma dessas mães, nem ao menos seus maridos, pra quem informei a existência desse blog aqui, com quem troquei idéias por um bom tempo, jamais tenha entrado no blog e deixado um recado.

Na minha opinião, o grande problema tanto da lista quanto do site é que acabaram se transformando num clube de mulheres. As discussões ficam mais em torno do universo feminino do que do universo infantil múltiplo em si. São espaços dedicados às mães de gêmeos e trigêmeos e n_gêmeos e os pais são praticamente excluídos. O espaço para os pais é bem pequeno. Normal. Os pais, em 99% dos casos, têm uma participação diferente na criação dos filhos, não se envolvem tanto quanto as mães. Mas eles estão lá, oras.

Fica parecendo esses lugares que tem fraldário dentro do banheiro das mulheres, como se só as mães passeassem com seus bebês. Pais não fazem isso, muito menos trocar fralda em espaços semi-públicos. Quantas vezes não passei apuros por causa disso. Em outras cidades pelo mundo, muitas vezes vi espaços dedicados a bebês em banheiros masculinos. No Brasil, nunca vi. Agora existem lugares com banheiro pra família, o que já é um avanço.

Mas não é disso que quero falar, não, é da minha busca por outros pais de trigêmeos pela web. Eu queria encontrar outros passando pelo que passo ou outros blogs, mesmo que de mães, sei lá. Procura daqui, procura dali, acabei achando alguns blogs. Claro que ao teclar trigêmeos no Google aparecem os trigêmeos da G magazine e uma clínica de fertilização.

Então encontrei alguns. O primeiro foi esse de uma mãe de trigêmeos , mas que já está sem atualização há quase 3 anos. Depois encontrei o fotolog da Maggie. Recentemente achei mais 2 blogs: esse e esse outro . Já deixei recados nos dois, mas nenhum deles fez contato. Depois, um amigo da faculdade, o Ale, me colocou em contato com uma amiga que teve trigêmeas, a Viviane, com quem troquei mensagens várias vezes. Acho que até troquei mensagens com o pai, Marivaldo. Ela até fez um blog mas não tem conseguido atualizá-lo. Ela me enviou umas fotos das pequenas, que são lindas. Há pouco tempo achei esse outro blog de um viajante que se tornou pai de trigêmeos recentemente. E, claro, tem o Caê, meu colega da faculdade que ia ter trigêmeos e acabou tendo quádruplos! Pena que ele está meio longe, mas recebo informações de vez em quando.

[encontrei sites de outros países: Triplets and Us , The triplet connection e um blog que já tem 4 anos, muito legal feito pelos pais]

E eis então que o blog foi achado por um outro pai de trigêmeos, o Lucio, que resolveu fazer o seu blog. Segundo ele, esse modesto blog aqui o inspirou a ter o dele. Estou acompanhando de perto a viagem dele com seus pequenos. Ele tem 2 meninas e 1 menino que já estão bem grandinhos. Fiquei super feliz em saber que não estou sozinho nessa. Agora arrumei um companheiro e vamos trocando experiências e informações. Valeu Lucio, um abraço.

abril 19, 2009

aniversário da vovó Guguta

Dia 19 de abril, aniversário de minha mãe, mais conhecida como vovó Guguta. Até eu a chamo assim, hoje em dia. Os tri amam a vovó. Hoje tomamos café da manhã com ela e depois fomos almoçar na casa dos outros avós.

Parabéns Vovó Guguta. Muitas felicidades, muitas alegrias, muita saúde. Agradeço pelos trigêmeos por todo o seu amor, seu carinho, sua presença, sua alegria. É difícil expressar a gratidão que temos por tudo que fez e faz por nós. É muito, muito, muito bom ter você perto de nós.

Um beijo, Diogo, Laura, Mario, Bia e Octavio

abril 17, 2009

Meus Lobatos

Lobato…Lobato…o meu Lobato? Quem teria sido o meu Lobato? Pergunta difícil, resposta mais ainda. Exige que se puxem os fios da memória, os vários fios, em busca de uma possível resposta. Vai, vai, vai lá longe a memória, nos recônditos da infância distante procurar. Coisas vão voltando, imagens, sensações, trechos de histórias e à medida que vão surgindo e invadindo o espaço presente da mente, aparece uma certeza. Meu Lobato não foi Lobato, Definitivamente. Não. Nunca li Lobato, nada. Folheei algumas vezes um e outro livro, mas ler de verdade, não li nada.

Isso é, no mínimo, curioso, considerando que eu, menino, lia muito, bastante. Não que me faltasse acesso aos livros de Lobato, pelo contrário, eles estavam lá, na estante, junto ao outros. Não que não houvesse o estímulo, as irmãs mais velhas, os primos, os colegas de escola, todos pareciam ler e gostar das histórias de Emília, Pedrinho e Narizinho no Sítio do Pica-pau Amarelo. Porque, então, não li, me parece uma indagação que ficará ainda sem solução, não encontro explicações a contento, falta-me a memória de como isso ocorreu. O fato é que, se na época, dizer não aos livros de Lobato causava estranheza e era de certo modo embaraçoso, ainda hoje, me causa desconforto não ter lido Lobato.

Sua presença é tal na literatura infanto-juvenil brasileira que parece tolo indicar um substituto. Quem poderia tomar seu lugar? Quem poderia ter tido preferência sobre ele? Quem? Quem? Volta, volta, volta aos confins mais remotos das lembranças e entre uma e outra possibilidade a resposta não poderia ser uma só. Meu Lobato foi mais de um, foram alguns, talvez vários. Então, eu tive Lobatos que ajudaram a construir minha paixão pelos livros e pelas letras.

Lembro de alguns Lobatos que me iniciaram na literatura, que me fizeram ter gosto pela leitura. Não sei com qual deles tive contato primeiro, qual foi de fato o livro que abriu passagem para que outros viessem. Isso também pouco importa. Se não foi o Lobato de verdade, também não importa em que ordem esses outros Lobatos foram aparecendo em meu caminho. Mais ainda porque esse contato ocorreu, sem sobra de duvida, na época logo após o letramento, quando as inúmeras possibilidades de arranjos de letras e palavras, deslumbra por sua infinitude de combinações que resultam em histórias.

Lembro claramente das Aventuras de Tom Sawyer, do Lobato Mark Twain. Em poucos encontrei aventuras tão emocionantes como as do menino Tom. A noite passada na caverna, com Becky Thatcher, me encheram de temor misturado a uma curiosidade incontrolável de seguir lendo para descobrir o que aconteceria com os dois. Sempre fui um menino namorador e talvez tenha sido essa a primeira história de amor que li na vida. Muito tempo mais tarde aprendi a grandeza de Mark Twain para a literatura americana e o significado de sua obra para a língua inglesa.

[Esta é a capa do exemplar que li, qua inda hoje guardo. Não guardei os outros livros, curiosamente e nao achei imagens das capas da epoca em que os li, uma pena.]

Inesquecível também foi O Menino do Dedo Verde, do Lobato Maurice Druon. O pequeno Tistu me apresentou a dimensão da tristeza, da angústia, da reflexão sobre as incongruências da vida. Foi o único titulo infanto-juvenil escrito por Druon, que faleceu recentemente.

Houve os engraçados A Vaca Voadora, da Lobato Edy Lima e O Pequeno Nicolau, do Lobato Renne Goscinny. Quanto não me diverti com essas histórias mirabolantes e cheias de graça.

Depois, teve O Meu Pé de Laranja Lima, do Lobato José Mauro de Vanconcelos. Com o pé de Laranja Lima aprendi o quão solitária poderia ser a infância que eu achava era apenas a minha. Depois desse livro, li outros de Jose Mauro.

Então devorei as aventuras de menino de A Ilha do Tesouro, do Lobato Robert Louis Stevenson, Os Meninos da Rua Paulo, do Lobato Ferenc Molnar e O Gênio do Crime, do Lobato João Carlos Marinho. Todos povoaram minhas fantasias de experimentar grandes peripécias, mas esse último teve direito a algumas releituras ao longo da vida. Por fim, Os Capitães de Areia, do Lobato Jorge Amado me deu outra dimensão do Brasil, da sexualidade, das perdas envolvidas na passagem da infância para a juventude.

Ainda hoje, fico a procura de Lobatos. Autores que renovem meu gosto pela literatura, que tragam o gosto da descoberta e da experiência da novidade. Ainda hoje encontro meus Lobatos aqui e ali e esses não são menos importantes do que aqueles primeiros. Todos eles fazem parte dessa grande construção que é o apreço pela boa literatura, pelos bons autores, pelos bons livros. Todos eles montam e remontam a memória, passada e recente, daquilo que contribuiu para minha formação e permitiu que eu chegasse até aqui.

P.S. Guardo ainda hoje uma imagem de quando histórias só existiam contadas dado o mistério das palavras, indecifráveis para um menino de três ou quatro anos. Ainda no colo da mãe ou da avó, essa imagem me fascinava e pontuou as primeiras histórias que escutei. Essas eram as contracapas dos livrinhos da Coleção Mirim, editados pela editora Ao Livro Técnico nos anos 60. As pequenas figuras flutuando no fundo amarelo eram, então, sinônimo de livro, de história e, quem sabe, de aconchego. Por vezes os Lobatos estão encarnados naqueles que nos ensinam o prazer de ouvir histórias, que mais tarde vai se transformar no prazer de ler.

então, naquele domingo...

...de sol, céu azul e água gelada...Um pensava e o outro pulava...
...Enquanto a cabeça de um voava em pensamentos, sabe-se lá quais, o outro parava no ar antes de entrar na água, sabe-se lá por quantas vezes.

enquanto isso a Laura...

...queria abraçar o mundo!

abril 16, 2009

manias, eu?

Manias...manias...manias...manias, eu? Nem pensar, não tenho nenhuma, nem uminha! A Alê, mãe da Marina, me passou esse meme. Acho que quem é completamente maníaco pensa que não tem manias...

Deixando as brincadeiras de lado, como todo ser normal, sou cheio de manias. Difícil é admitir as coisas que faço diariamente, repetidamente, como manias!

Em todo o caso, vamos lá, vai!

Tenho mania de colocar as coisas sempre no mesmo lugar pra facilitar a vida quando for usar de novo. Chave do carro, carteira, óculos, utensílios de cozinha, coisas do escritório, documentos, tudo, tudo no mesmo lugar. Detesto procurar coisas que uso diariamente. Gosto de encontrá-las e não procurá-las. Até o carro estaciono sempre no mesmo lugar pra poder encontrar depois, principalmente em shoppings, que eu quase detesto.

Tenho mania de organizar tudo. Em pastas, caixas, potes. E mania de organizar as pastas, as caixas, os potes. Até na geladeira as coisas tem que ter lugar certo. É estranho, porque meu escritório não é tão organizado assim...

Não gosto que mexam nas minhas coisas. Em nada. Roupa, canetas, livros, nada. Claro que não vão colocar no lugar certo depois!

Tenho mania de procurar o melhor jeito de fazer uma coisa e estabelecer um método, tipo produção em serie ou passo a passo.

Tenho mania de colecionar. Herança do meu pai. Já tive coleção de chaveiros e outras coisas. Herdei uma coleção de garrafas miniaturas de meu pai que é sensacional, tem mais de 600 garrafinhas de whisky, vodka, gin, etc. Tenho coleção de moedas, notas, cartões postais, documentos antigos [carteiras de motorista, essas coisas], carrinhos, canetas e livros. Essa é a mais incomoda porque ocupa um espaço danado.

Tenho mania de livro, tenho mania de ler e escrever. Gosto não só das histórias mas do objeto livro em si. Vou em livraria e fico olhando, folheando, tocando e. eventualmente, lendo. Já trabalhei em livraria e biblioteca.

Tenho mania de dormir com a veneziana aberta pra poder acordar com a luz do dia que se inicia.

Tenho mania de guardar coisas aparentemente sem sentido porque posso precisar depois. Um pedaço de arame, um pedaço de couro, essas coisas pra fazer gambiarra. Acho que eu tinha que ter uma oficina pra serviços gerais, tipo faz tudo, sabe como é?

Tenho mania de não fazer barulho, de ficar em silêncio. Ando pela casa como um gato. Se depender de mim, ninguém acorda por causa de barulho que eu tenha feito.

Tenho mania de imitar os sons que escuto, as palavras e expressões que tem uma sonoridade interessante. Isso é a base de como aprendi línguas sozinho.

Tenho mania de especular filosoficamente sobre tudo. Tenho mania de ter uma visão crítica sobre todas as coisas. Isso quer dizer que tenho mania de ter opinião sobre tudo. Tenho mania de ver o que está errado no mundo, no estado, na política, na economia, na cidade e propor soluções. Algumas até que serviriam muito bem...

Tenho mania de achar que tudo vai dar certo, mesmo que tudo aponte o contrário. Claro que nem sempre as coisas dão certo.

abração

O Vovô estava testando a velha Canon que apresentou algum problema na cortina. Tirou várias fotos das crianças no domingão. Parece que a velha máquina, comprada em 1968, quarentona, portanto, ainda está em forma.

Estavam os tri e os primos Isabela, exibindo feliz e orgulhosa seu visual 1001 e Gabriel pequeno [os tri têm outro primo Gabriel, do outro lado da familia, mais velho, que é o Gabriel grande].

Vovô chamou a criançada pra fazer uma foto e tudo começou assim.

Depois, chegou o Diogo.
E então, os cinco deram um abraço. É, o Gabriel pequeno, de camiseta azul, está aí no meio, acredite se quiser.

abril 15, 2009

Laura ligada na vovó

Nos últimos dias, Laura está ligadíssima na Vovó Guguta. Foi dormir na casa da vovó de sábado pra domingo e liga pra ela todos os dias. Decorou o número do telefone da vovó e liga sozinha. Uma graça vê-la conversando no telefone. Pergunta como foi o dia da vovó, o que ela fez, o que esta fazendo, conta o que fez, combinam coisas. Ela senta no baú ao lado do telefone e fica parecendo uma mocinha falando no telefone.

lição de casa [9]

Essa semana, novos recortes de revista. Dessa vez de esportes. Ainda bem que tenho umas revistas de corrida, que serviram bem para isso. No enunciado do exercício veio a dica do que estão fazendo: estão discutindo o que é ter uma vida saudável. Alimentação, esportes e outros assuntos devem ter feito parte das atividades deles.

abril 11, 2009

Páscoa

A Páscoa significa o começo ou recomeço. Ou renovação. Ou ainda passagem. Nas religiões cristãs marca a ressurreição de Cristo. Está relacionada com a primavera, um novo ciclo da natureza, uma coisa termina para dar lugar a uma outra, nova. Então, o símbolo do ovo, da semente, que contém a vida em potência. Diz-se que a semente contém a árvore. O ovo, assim como o coelho, é símbolo da fertilidade que recomeça depois do inverno [no hemisfério norte isso é mais presente por causa do rigor do inverno que faz animais e plantas hibernarem]. Entretanto, a idéia do coelho que traz [ou bota] ovos ainda é difícil de explicar. [Ver os vários significados da Páscoa em português e inglês]

Pras crianças, é o coelho que vai chegar aqui em casa amanhã [hoje à noite, na verdade] trazendo ovos de chocolate.

[foto: Gonçalo Romeiras]

abril 09, 2009

feriado

O que fazer com 3 crianças em casa, no feriado escolar, quando você não tem feriado e tem algumas coisas importantes pra fazer? Difícil, hein?!
Despacha pra casa da avó?
Convoca a babá pagando um extra?
Compra guloseimas e aluga um dvd com uma animação que eles gostem? Amarra cada um ao pé de sua própria cama sem esquecer de alimentá-los de 3 em 3 horas?
Sai de fininho e deixa os três botando a casa abaixo?
Nenhuma das alternativas anteriores?
Seria bom se fosse possível simplesmente anular a questão, deixar em branco, passar a vez.

Lembro de meu pai que, curiosamente, teve 4 filhos mas não gostava de crianças. Paradoxal, não? Bota paradoxal nisso! Ele dizia que só gostava de crianças depois dos 15 anos. Ou seja, continuava não gostando delas e sim de adolescentes!

A brincadeira que ele nos propunha com mais freqüência era brincar de ‘defuntinho’. Pois é! Todos tinham que deitar no chão e aquele que permanecesse por mais tempo quieto, sem se mover e dar um pio, era o vencedor. É mais ou menos como ‘Vaca Amarela’, mas um pouco mais radical. Claro que nunca ninguém sequer topou a tal brincadeira. Mas que dá vontade de ver as crianças nessa brincadeira...ah! Isso dá!


abril 08, 2009

coletiva

http://fio-de-ariadne.blogspot.com

que fase a da Laura...

Laura anda numa fase...sensível, chorona...qualquer coisa que se diga, ela desaba em lágrimas...
‘Você está triste comigo, pai?’ ‘Você está bravo comigo?’ ‘Não quero que você fique bravo comigo!’ ‘Você está feliz comigo, pai?’
Nossa! É de tirar do sério! Ao mesmo tempo me dá uma certa angústia ver a menina assim, sem motivos. Acho que é coisa de menina, mesmo.

abril 07, 2009

lição de casa [8]

Hum...deve estar rolando alguma coisa na escola que eles não contaram. A lição de hoje pedia pra recortar de revistas figuras de comidas. Eles comentaram sobre coisas que fazem bem e fazem mal, coisas gostosas, coisas saudáveis. Não sei bem...

Se não fossem essas revistas que fazem rankings, avaliações e quetais de bares e restaurantes, os tri não teriam achado tantas imagens de comidas.

Pra variar, Diogo foi o mais empolgado, recortou um monte de coisas. Laura e Mario cansaram mais rápido mas, mesmo assim, cumpriram o dever direitinho.

abril 06, 2009

estalando os dedos

Mario aprendeu a estalar os dedos. Estala os dedos pra tudo. Me chama: ‘pai’, e estala os dedos, ‘pléc’. Fala: ‘vem ver’, e ‘pléc’. ‘Vamos agora?!’, ‘pléc, pléc’. ‘Estou com fome’, ‘pléc’. Qualquer coisa é motivo pra estalar os dedos, ‘pléc, pléc, pléc’! Está empolgadíssimo com a conquista. Agora se colocou outra meta, aprender a assobiar. Está treinando. Fico só imaginando o que vai ser quando ele conseguir...

abril 04, 2009

piscina no final de tarde

Depois da experiência da natação noturna, resolvi que seria uma boa aproveitar as tardes quentes de verão, então fomos nadar várias sextas-feiras no final da tarde. Eles adoraram, porque pegávamos o entardecer quando as luzes da piscina se acendem. Eles nadavam e pulavam por 30, 40 minutos, até cansar pra valer. Depois comíamos uma pizza e as 8 e pouco eles já estavam pedindo pra ir pra casa dormir. Pena que o tempo já mudou e as tardes agora estão meio frias.

nadando de noite

Eles ficaram pedindo pra ir nadar a noite por dias seguidos. Eu disse que poderíamos ir, sim, mas que teríamos que fazer isso no final de semana, tudo muito bem combinado.

No sábado de carnaval, apareceu a chance. Um dia meio assim, nem calor nem frio, nem sol nem chuva. Passamos a manhã em casa, brincando. No final da tarde, fomos ao cinema, sessão das 5, assistir ‘Um faz de conta que acontece’ [Bedtime Stories, Disney, 2008], que por sinal eles adoraram. Laura adorou a chuva de chicletes!

Quando saímos do filme já estava escurecendo e fomos direto pra piscina do clube. Chegamos lá e estava calor, mas caía uma garoa fina. Eles ficaram impressionados com as luzes da piscina acessas. E o melhor, só havíamos nós na piscina. Adoraram! Depois comemos uma pizza e eles foram dormir felizes da vida.

abril 03, 2009

o casamento da Laura

Eu sei que esse é um assunto [lembra do anel? Veja aqui e ali] muito prematuro pra crianças de 5 anos, mas o fato é que o assunto rola, especialmente entre as meninas. Não gosto muito de comentar sobre isso, mas são historinhas tão genuinamente infantis...são tão ingênuas, não há maldade nenhuma...

Essa já faz tempo, mas esse trio apronta tantas, são tantas histórias pra contar que algumas acabam passando. Como essa. E olha que essa é boa. Mas como diz a famosa idéia de Blaise Pascal, ‘o coração tem razões que a própria razão desconhece’.

No segundo ano dos tri na escola, Laura só falava de um amiguinho chamado Gustavo. Tudo era o Gustavo. E o Gustavo era amigo dos meninos também, quase inseparáveis. Isso foi até motivo de comentários da Laurita nas reuniões semestrais. Hoje eles continuam amigos, na mesma sala.

Um belo dia, a Laura chega da escola e diz: ‘Pai, hoje, na escola, eu casei’. Imagina o frio na espinha! E eu, já sabendo a resposta: ‘É, Laura, com quem?’ E ela: ‘Com o Gustavo, pai.’ ‘É, Laura! E onde foi o casamento?’ ‘Na biblioteca, pai.’

abril 02, 2009

brincando de espelho

Acho que nunca vamos saber se Diogo e Mario são gêmeos idênticos. É possível descobrir fazendo um exame de DNA, mas isso me parece totalmente desnecessário. No começo da gravidez da Bia apareciam 3 placentas. Com o tempo, apareciam só 2. Os meninos são realmente muito parecidos. Nada que fuja muito da semelhança entre irmãos de idades diferentes. Eu sempre percebi as diferenças entre eles. Bia também. Mas as pessoas os acham idênticos.

Conversando com um casal de pais na festa dos tri, eles me contaram que perguntaram pra filha como ela fazia pra diferenciar o Diogo do Mario. E a menina respondeu prontamente: ‘simples, o Diogo tem a cara do Mario e o Mario tem a cara do Diogo!’

abril 01, 2009

lição de casa [7]

Ontem, já no carro, voltando da escola, eles me lembraram que era dia de lição de casa. A folha da lição de casa chegou com o cabeçalho pronto. Nome, data e classe. Os tri estão indo de vento em poupa. Aliás, pelo jeito a turma toda vai indo bem. Eles receberam, cada um dos três, um cartão de aniversário com a assinatura de todos os colegas. Coisa pra guardar pra posteridade, não é?

A lição de ontem pedia que eles escrevessem o nome, contassem o número de letras e colassem bolinhas de papel com a quantidade correspondente. E depois tinham que escrever o número que representava a mesma quantidade. Os três fizeram tudo muito direitinho e até com uma certa rapidez, o que demonstra que estão cada vez mais confortáveis com o fato de escrever e também de fazer lições de casa. Fiquei surpreso com o número 5 que eles fizeram. Pois é, os nomes dos três têm 5 letras!

Em cada lição dá pra perceber a personalidade de cada um, um estilo, uma marca pessoal. Diogo me parece que tem uma noção de espaço mais apurada e seu nome e as bolinhas ficaram melhor arranjados no quadro proposto para essa parte [apesar de que cada letra em seu nome ainda tem um tamanho diferente]. Laura demonstra mais segurança ao escrever e suas letras já são mais uniformes, do mesmo tamanho, com a mesma distância entre cada uma. Mario ainda está procurando a melhor forma para escrever o M e ficou preocupado com o tamanho das bolinhas de papel e as refez até achar o tamanho que considerava ideal.

Acho que acharam essa fácil, porque eles mesmos se espantaram de terem feito a lição tão rápido.